segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

--- DESEJO & REPARAÇÃO ---



Décimo Primeiro Capítulo



Fernanda (estranha): Sim por quê?
Júlio a observava e via que se encaixava nas descrições. Era branca, olhos castanhos e tinha algumas parte da face que lembrava Flávio. Ele sentia que aquela poderia ser a filha de seu sócio.
Júlio (apreensivo): Bem... Eu não sei se é muito incômodo da minha parte, mas será que eu posso entrar por um instante?
Fernanda (abre espaço): Claro. À vontade.
Júlio (entra na casa): Obrigado...
Fernanda: Mas então? Do que você quer falar exatamente?
Júlio (respira fundo): O assunto é um pouco difícil, porém, preciso ir ao ponto... Suspeitamos que você seja filha de Flávio Amorim.
Fernanda (estranha): Como assim? Não estou entendo nada...
Júlio: Um sócio e amigo meu, Flávio Amorim, teve uma filha que nunca mais viu. Ele apenas recebeu um cartão de sua mãe, nome desconhecido, e que seu nome é Fernanda Oliveira de Jesus.
Fernanda: Não é possível...
Júlio: Me desculpe. Talvez eu possa estar enganado, mas é necessária essa vistoria. Por acaso esse resumo que fiz, se encaixa na história de vida que você tem?
Fernanda: Para ser sincera... Sim. Mas eu também não durei muito tempo com minha mãe... Ela me abandonou quando eu tinha alguns meses de vida. Eu fui adotada. Hoje não tenho nem vivos meus pais adotivos...
Júlio: Eu sinto muito. Mas a senhora se incomodaria de fazer um exame de DNA com ele, para comprovar a paternidade dele?
Fernanda: Não. Sem problemas.
Júlio: Bem... Eu já vou indo. Mas mantenha isso em sigilo. Tome meu cartão. Até mais.
Fernanda (fecha a porta e olha o cartão): Flávio Amorim... Esse cartão é de uma construtora... Meu pai é rico?
Lucas: Quem era querida?
Fernanda (mentindo): Não sei. Pediu algumas informações sobre a rua... Estava à procura de uma pessoa da região.

Hospital...
Já era madrugada, quando finalmente Julieta conseguia falar com o médico e saber o estado de saúde de seu pai.
Julieta: E então doutor... Como ele está?
Dr. Paulo Neves: Ele está melhor agora. Ele teve uma recaída.
Julieta: Recaída? Mas recaída de quê? Achei que os exames haviam mostrado que ele tinha se recuperado do acidente.
Dr. Paulo Neves: Minha querida... É mais grave do que você pensa. Mas acho que não sou eu que tenho que te falar isso... É o seu pai.
Julieta: Está certo.
Dr. Paulo Neves: De manhã, ele estará acordado e você poderá conversar com ele o quanto quiser. Mas por enquanto, ele precisa descansar.

Apartamento dos Lopes...
Já era um novo dia na cidade de Salvador, por volta das 11 horas e Betty recebia novamente a visita de Neuzinha para uma consulta particular, quando ela batia na porta.
Betty (respira fundo): Deus me dê paciência para não ma-tar essa mulher por ter quebrado minha porcelana! (abre a porta) Neuza! Que bom que veio... Espero que dessa vez consiga olhar meu futuro nas cartas hein?
Neuza: Com todo prazer querida...
Betty (cínica): E sua “avó”? Como está?
Neuza (gagueja): Minha avó?
Betty: Ontem você saiu dizendo que precisou visitá-la...
Neuza (mentindo): Ah sim! Ela não está bem... Mas vai levando. Acho que o tempo para ela aqui está acabando, coitada...
Betty (sacando tudo): Sei... Mas então... Sente-se!

Naquele momento, seu filho passava pela sala de estar correndo.
Betty: Carlos Mello Lopes... Aonde vai há essa hora?
Carlos: Ah! Eu vou dá um rolé com uma galera aí. Sacou?
Betty: Mas são 11 horas! Não vai ficar para almoçar?
Carlos: Foi malz. Mas o povo tá me esperando. Falô!
Betty: Espere aí mocinho! Não vai cumprimentar nossas visitas? Carlos, essa é Neuza... Neuza esse é Carlos.
Carlos: Eae coroa?
Betty (fala entre os dentes): Carlos! Sem gírias!
Neuza: Não tem problema Betty. (vira-se para ele) Eae meu brother... Tudo beleza contigo man?
Carlos (brinca): Pô... Sinistro. Valeu à tentativa aí tia! Tava achando que tu era a maior mala como minha mãe.
Betty: Carlos!
Carlos: Desculpa aí mãe. Foi sem intenção...
Neuza (brinca): Tava me achando com cara de alemão rapa?
Carlos (ri): Fala sério coroa. Tu é irada vei! Boa sorte aí com minha mãe... Mas eu vô ter que vazar! Vê se zoa a "senhora Betty "e dá umas dicas pra ela. Falô para as duas! (fecha a porta).
Betty: Essa criatura! Vou “vazar”... “Vazar”. Mas que palavra mais pobre! Parece coisa de vaso sanitário ou coisa parecida!
Neuza (ri): Betty... Você ainda tem muito que aprender com seu filho. Principalmente agora que ele tem 18 anos.
Betty: Como sabe?
Neuza: Ele tatuou 1991 no braço esquerdo. Eu apenas achei que seria o ano de aniversário...
Betty: Nem me fale. (anima) Sim... Vamos começar com essas cartas!
Neuza: Vamos ver o que o futuro de aguarda (pisca o olho).

Hospital...
Dr. Paulo Neves: Pronto Julieta... Seu pai já está acordado. Agora você pode tirar as dúvidas que quiser com ele. Acho que ele tem muito a te dizer... (abre a porta do quarto).
Julieta: Obrigada. (entra) Pai...
Flávio (voz fraca): Julieta...
Julieta: Pai. É bom ver que o senhor está melhor... Mas não pode deixar de encarar a realidade.
Flávio (sorri): Eu não ia conseguir esconder de você o tempo todo não é mesmo? Principalmente na minha situação que nem tenho tanto tempo assim...
Julieta: Do que você está falando? O que o médico falou que você tanto escondeu de mim?
Flávio (respira fundo): Julieta... Vai ser difícil para nós, principalmente para você minha filha... Querida... Eu tenho câncer cerebral.
Ela ficava pasma.


FIM DO CAPÍTULO 11.

AUTOR: JULIANO NOVAIS.

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