Trigésimo Primeiro Capítulo
Era por volta das 13 horas, quando alguém batia na porta e Julieta corria para atender.
Julieta (abre a porta e se impressiona): Romeu...!
Romeu: Julieta...
Os dois ficavam parados se entreolhando. Julieta estava quase chorando de felicidade, quando na intensa vontade de finalmente tocá-la, Romeu a agarrava e os dois se beijavam no calor da paixão. Matada a saudade, eles se entreolhavam novamente, abafados pela respiração intensa.
Julieta (tocando em seu rosto): Eu pensei que eu nunca mais fosse de te ver!
Romeu: Então você sabe não é? Sabe que eu não matei seu pai!
Julieta: Claro que sei meu amor!... Desde o dia em que Fernanda mostrou seu verdadeiro caráter. (beija-o). Não é bom ficarmos aqui fora... Vamos entrar.
Romeu (entrando na casa): Porque você nunca me visitou na cadeia se sabia que tudo aquilo era armação?!
Julieta: Porque eu tive vergonha... Vergonha que você não querer mais olhar na minha cara! Achei que não me perdoaria por tê-lo colocado naquela situação.
Romeu (abraça-a): Mas é claro que te perdoaria... Você era apenas uma vítima da situação. (beija-o).
Julieta: Mas peraí... Como está aqui... Se só se passaram 2 anos?
Romeu: Eu tive que fugir de lá. Não agüentaria passar anos preso por uma injustiça! Preciso fazer isso com minhas próprias mãos!
Julieta: Eu entendo... Também estou tentando, mas é difícil... Não há como virarmos o jogo...
Romeu: Claro que há Julieta! Sempre há um jeito! (muda de assunto) Mas então... É aqui que você está morando agora?
Julieta: Sim. Como conseguiu me achar?
Romeu: Você é filha de Flávio Amorim. Vi notícias de seu despejo. O resto, foi fácil descobrir.
Julieta: Não sabe o quanto eu queria te tocar... Te ver... Mas você não pode ficar aqui! Essa casa não é minha! E o dono é um policial. Pode acabar te enrascando...
Romeu: Claro. Eu entendo. Preciso ir agora... Eu voltarei daqui alguns dias... (beija-a).
Julieta: Estarei de esperando.
Romeu (sorri): Até logo. (fecha a porta).
Igreja...Já era por volta das 16 horas e Neuza conseguia dispensar as clientes por aquele dia, para ouvir o que Betty tinha para te dizer.
Neuza: Pronto. Agora estamos á sós... O que está acontecendo mulher de tão desesperador?!
Betty: Neuza... Eu estou falida! (chora) Meu marido morreu em uma explosão de carro e desde então, eu tive que sustentar a casa!
Neuza: Meu Deus... Sinto muito querida. E como tem se virado?
Betty: No início tive que vender meu apartamento, minhas jóias, porque nossas economias não eram muitas... Confesso que sempre gastei muito e por isso, nunca tive preocupações quanto a isso. Depois, por sorte, meu marido era um homem influente e conhecia muitos empresários... Consegui um emprego como secretária na empresa de um desses amigos dele.
Neuza: Pelo menos tem um emprego fixo.
Betty: Mas não é o suficiente, pois moro de aluguel e preciso pagar o condomínio e as despesas! Na verdade, agora está até sendo menos apertado porque o Carlos viajou com a namorada dele Simone para a França para ganhar a vida por lá e sempre me garantir um bom dinheiro enviado.
Neuza (fala baixo): Garoto esperto... (volta ao assunto) Mas então... No que exatamente posso te ajudar?
Betty: Bem... Vejo que seu trabalho aqui, lucra muito. Eu poderia ser sua assistente ou algo assim. Será que pode ser?
Neuza (pensativa): Hummm... Vou ver o que posso fazer por você. (pisca o olho). Agora eu preciso ir menina! A Marinalva vai se casar daqui a pouco... Você a conhece... Não gostaria de ir?
Betty: Muito obrigada Neuzinha! Sim... Eu posso ir.
Farol da Barra...
Começava a chegar mais pessoas para o casamento entre Cacá e Marinalva. O noivo já esperava no altar ansioso, todo arrumado como raro costume, enquanto Marinalva nervosa se arrumava para o grande momento. Em minutos mais tarde, como a marcha nupcial. Cacá olhava para a porta, de onde saia sua noiva tão encantada. Todos se levantavam e observavam lentamente o caminhar dela, até o altar.
Cacá (sorri): Você está linda...
Marinalva: Eu te amo.
A cerimônia seguia perfeita do início ao fim, aos ventos que vinham do mar para a parte superior do Farol da Barra, aonde tudo acontecia. Com o ar de liberdade, o clima da cerimônia era acompanhado pelo pôr-do-sol de Salvador. Quando finalmente chegava à hora...
Padre: E você... Marinalva Passos, aceita Caio Beltrão como seu legítimo esposo?
Marinalva (olha para ele): Aceito.
Padre: Você... Caio Beltrão aceita Marinalva Passos como sua legítima esposa?
Cacá: Aceito.
Padre: Então pode beijar a noiva.
Os dois se beijavam apaixonadamente, enquanto todos batiam palmas.
NO OUTRO DIA.
Era um novo na capital baiana. A vizinhança da Barra já estava movimentada, quando Neuzinha, com seus óculos redondos e escuros, batia na porta da casa de Lucas.Neuza: Ô de casa!
Julieta (abre a porta): Ah! Bom dia Neuzinha!
Neuza: Bom dia Jujú... Desculpe incomodar... Mas será que você tem um pouco de café? É que na minha casa já acabou..
Julieta (sorri): Na sua casa sempre não tem nada não é mesmo? Mas eu vou te dar sim. Entre...
Neuza: Com licença...
As duas se dirigiam até a cozinha, quando Neuza notava a baixa estima de Julieta.
Neuza: Menina, não é por nada não, mas eu tô sentindo uma energia triste no seu corpo.
Julieta: Você e seus "poderes"... Mas você está certa. Tô desanimada.
Neuza: E porque uma mulher tão linda como você estaria assim?
Julieta: É porque aquele meu namorado que foi preso injustamente voltou. Ele conseguiu fugir da cadeia e agora a gente quer provar a inocência dele... Mas é difícil provar que a Fernanda é a verdadeira culpada pelas mortes.
Neuza: A Fernanda Amorim?!
Julieta: Sim... Por quê?
FIM DO CAPÍTULO 31.
AUTOR: JULIANO NOVAIS.