domingo, 19 de outubro de 2008

PLANTÃO: Veja detalhes do depoimento de Nayara à polícia

Jovem prestou depoimento na quarta, antes de retornar ao apartamento. Segundo ela, Lindemberg disse ser 'o cara' e 'o príncipe do gueto'.


O depoimento da estudante Nayara Silva, de 15 anos, revela que Lindemberg Alves, de 22, não tinha um plano definido ao entrar no apartamento da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, e fazer refém um grupo de jovens. "A todo o momento, ele dizia que não sabia o que ia fazer. Sua intenção era encontrar Eloá sozinha", disse Nayara à polícia de Santo André na quarta-feira (15), antes de retornar ao cativeiro. As duas foram baleadas sexta-feira (17) por Lindemberg, no desfecho de um seqüestro que durou mais de 100 horas.

No depoimento, ao qual o G1 teve acesso neste domingo (19), a jovem contou que na primeira noite do seqüestro, após libertar dois adolescentes que estavam no local com Eloá e Nayara, Lindemberg disse que os policiais não estavam acreditando nele e que só "botariam uma fé" quando uma das reféns fosse morta. Em seguida, disparou pela janela contra um policial. "Após o disparo ele começou a sorrir, passando a dizer que 'ele era o cara'", afirmou a estudante à polícia. Lindemberg, então, pediu que os policiais se dirigissem ao pátio. De acordo com Nayara, o seqüestrador teria achado essa conversa divertida e afirmado que os policiais haviam demonstrado medo dele. "Ao observar o isolamento do prédio, ele disse que era o príncipe do gueto, o cara que mandava no local", continuou a garota.

Nayara está internada no Centro Hospitalar de Santo André. Eloá teve morte cerebral e sua família autorizou nesta manhã a doação dos órgãos.

Mensagem no celular
Na noite de segunda-feira, ainda de acordo com o depoimento, o seqüestrador se acalmou. Seu comportamento voltou a mudar, no entanto, quando Lindemberg se apoderou do celular da ex-namorada e encontrou uma mensagem de um homem chamado Felipe. O seqüestrador ligou para Felipe, se passando pelo irmão de Eloá, e disse que já sabia do "affair" entre os dois. Nayara contou que Lindemberg deu um bofetão em Eloá, quando a jovem começou a gritar. Depois, o seqüestrador amarrou as duas jovens com fita adesiva e camisetas, para que ele pudesse dormir. Lindemberg forçou Eloá a beijá-lo, mas depois "não forçou mais atos de intimidade com Eloá", segundo o depoimento. Ao libertar Nayara, na terça à noite, o seqüestrador a levou até a porta e disse para correr. A jovem afirmou que ele ameaçou atirar em suas costas, caso ela saísse devagar. Durante as cerca de 30 horas que permaneceu no local pela primeira vez, até terça à noite, a estudante disse que Lindemberg não a agrediu e que efetuou "quatro ou cinco" disparos: um contra o policial, um contra pessoas que se aglomeravam em volta ao prédio, um contra o computador de Eloá e outros dois no banheiro.

Segundo ela, ele tinha levado ao apartamento um revólver e um saquinho com munição. Uma segunda arma, definida como uma espingarda, foi encontrada pelo seqüestrador atrás do armário do quarto do casal, envolta em uma camiseta.

PLANTÃO: Morte de Eloá complica situação de Lindemberg

Agora, seqüestrador está autuado por um homicídio e duas tentativas.Segundo delegado, reconstituição será feita após alta de Nayara.


O delegado Luiz Carlos dos Santos, seccional de Santo André, afirmou na manhã deste domingo (19) que a morte de Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, complica a situação de Lindemberg Alves, o ex-namorado da garota que a manteve refém por 100 horas. De acordo com o delegado, Lindemberg, que tinha sido autuado em flagrante por três tentativas de homicídio, agora responde por duas tentativas e um homicídio. A morte cerebral de Eloá foi anunciada no fim da noite de sábado (18).

Em entrevista coletiva, Santos explicou que, além de atirar em Eloá e na amiga Nayara Silva, de 15 anos, Lindemberg também disparou em direção do primeiro policial militar que negociava a libertação das vítimas do seqüestro. Lindemberg foi autuado ainda pelos crimes de cárcere privado e periclitação de vida. Ele está detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

Ainda de acordo com o delegado seccional, a Polícia Civil aguarda que Nayara tenha alta do Centro Hospitalar Santo André para fazer uma reconstituição do desfecho do seqüestro. Até este domingo, 18 pessoas já tinham prestado depoimento à Polícia Civil, incluindo os policiais que participaram da invasão do apartamento e a própria Nayara, quando foi libertada do cativeiro. A jovem voltou ao apartamento na quinta-feira (16) para ajudar nas negociações.

Novo depoimento
O delegado espera autorização do hospital para ouvir Nayara novamente, apesar de a diretora do estabelecimento, Rosa Maria Aguiar, ter dito, nesta manhã, que a garota não deve prestar depoimento enquanto não receber alta. "O depoimento é de vital importância porque ela estava no local dos fatos, no interior do apartamento", afirmou Santos. O principal aspecto a esclarecer, segundo Santos, é por que Lindemberg tomou a decisão de atirar nas reféns.

Como a prisão foi em flagrante, explicou o seccional, o prazo para a conclusão do inquérito é de dez dias. A polícia ainda não sabe a procedência do revólver calibre 32 usado pelo seqüestrador para atirar nas reféns, pois a arma não tem registro. No apartamento também havia uma espingarda calibre 22, que seria da família de Eloá.

PLANTÃO: Família autoriza doação de órgãos de Eloá

Irmão ligou para diretora do hospital na manhã deste domingo.Ainda não é possível saber quais órgãos serão aproveitados, diz médica.


A família da estudante Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, autorizou na manhã deste domingo (19) a doação de órgãos da adolescente, que teve morte cerebral confirmada às 23h30 de sábado (18). Nesta manhã, um irmão de Eloá ligou para a diretora do Centro Hospitalar de Santo André, Rosa Maria Aguiar, dando a autorização.

Segundo a médica, ainda não é possível saber quais órgãos serão aproveitados. "Antes da retirada dos órgãos, há uma série de protocolos e exames", afirmou. Os pais da adolescente ainda precisam assinar uma autorização. Logo após a ligação do irmão de Eloá, o hospital acionou a Organização À Procura de Órgãos (OPO) ligada ao Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

Depois da retirada dos órgãos, o corpo de Eloá será encaminhado ao Instituto Médico-Legal de Santo André, já que ela teve morte violenta.

PLANTÃO: Hospital aguarda decisão de família de Eloá sobre doação de órgãos

Jovem baleada após seqüestro no ABC segue ligada a aparelhos. A amiga dela, também ferida no cativeiro, não sabe da morte cerebral.


Os médicos do Centro Hospitalar de Santo André, no ABC, aguardam a decisão da família da estudante Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, sobre doação de órgãos. A adolescente, que foi mantida refém durante mais de 100 horas pelo ex-namorado, teve morte cerebral confirmada às 23h30 deste sábado (18).

A diretora do hospital, Rosa Maria Aguiar, disse ao G1 na manhã deste domingo (19) que Eloá continua ligada a aparelhos. Caso a família opte por não fazer a doação, a jovem continuará ligada aos aparelhos até que haja um desfecho natural.

A família de Eloá foi informada sobre a morte cerebral da jovem logo após o diagnóstico. Os pais dela receberam atendimento psicológico no próprio hospital.

Rosa Maria Aguiar contou ainda que Nayara Silva, de 15 anos, que também foi mantida refém e ficou ferida, está bem e se recuperando. A previsão é que tenha alta até o meio desta semana. Apesar disso, a diretora descarta que a garota preste depoimento no Centro Hospitar. De acordo com Rosa, Nayara pergunta da amiga, mas ainda não foi informada da morte cerebral.

No sábado, o secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, disse que caso haja a doação é possível que a maior parte dos órgãos possa ser aproveitada. “Isso não deve ser encarado pela família como algo oportunista, e sim como um ato de solidariedade”.

PLANTÃO: Jovem baleada após seqüestro no ABC tem morte cerebral, diz equipe médica

Após ser mantida refém por mais de 100 horas, Eloá levou tiro na cabeça.Testes apontaram que cérebro não tem atividade.

A jovem Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, que foi mantida refém durante mais de 100 horas pelo ex-namorado em Santo André, no ABC, teve morte cerebral confirmada às 23h30 deste sábado (18), segundo informou o secretário de Saúde do município, Homero Nepomuceno Duarte. Ainda no sábado, a neurocirurgiã Grace Mayre Lydia havia previsto que a menina “neurologicamente, nunca sairia dessa situação”. Apesar disso, ela informou que a jovem “tinha sinais vitais e o coração batia”. A médica disse que Eloá estava em estado gravíssimo e seguia em coma. A família de Eloá foi informada sobre a morte cerebral da jovem logo após o diagnóstico. Segundo a diretora do Centro Hospitalar de Santo André, Rosa Maria Aguiar, a mãe, os irmãos e outros familiares da adolescente se encontram no hospital. O pai da menina não estava no local por volta de 1h10 (já no horário de verão). “A família está sendo atendida por psicólogos do hospital, está sendo apoiada”, afirmou a médica. De acordo com Segundo Rosa, os familiares da estudante sempre tiveram fé em sua melhora. “Todo o tempo, a família tinha fé de que ela ia sair do coma. Todo mundo desabou (com a notícia)”, afirmou. Perguntada sobre como se sentia diante do diagnóstico, a médica respondeu emocionada: “é frustrante”. Após a divulgação da morte cerebral de Eloá, um grupo de pessoas se reuniu em frente ao hospital e fez orações pela adolescente.

Bateria de exames

A confirmação da morte cerebral de Eloá foi feita a partir de uma série de exames, que foram repetidos com um intervalo de seis horas neste sábado. Entre eles, exames laboratoriais, para analisar a dosagem de gases diluídos no sangue da paciente, exames de reflexos neurológicos e motores, e um último, “que constatou a ausência de fluxo sanguíneo pelas artérias cerebrais”, explicou Nepomoceno. “Juntos, realizados em períodos diferentes, e com o mesmo diagnóstico eles confirmam a morte cerebral”.

Doação de órgãos
Devido à ausência do pai, a junta médica ainda aguarda uma posição sobre uma possível doação de órgãos. “Vamos aguardar a posição deles sobre a doação. Como ela é menor de idade, precisa da autorização do pai e da mãe”, explicou o secretário municipal de Saúde da cidade, Homero Nepomuceno. “Não podemos propor a doação antes da certeza da morte cerebral. Seria uma temeridade, com ela claramente ainda viva”, ressaltou. “Caso seja favorável, será feito o protocolo com a central de transplantes que já está aqui”, explicou Nepomuceno. Caso a família opte por não fazer a doação, a jovem continuará ligada aos aparelhos até que haja um desfecho natural. “A legislação do Brasil não permite a eutanásia. Se não doar os órgãos, não pode desligar os aparelhos”, disse o secretário. Nepomuceno ressaltou que o tempo até que ocorra esse desfecho é indeterminado. “É uma questão delicada. Ela é uma paciente jovem, os órgãos estão em perfeito funcionamento, é difícil de ser avaliado. Pode durar semanas, ou mais”. Ainda de acordo com o secretário, caso haja a doação é possível que a maior parte dos órgãos possa ser aproveitada. “Isso não deve ser encarado pela família como algo oportunista, e sim como um ato de solidariedade”.

Nayara

Segundo os médicos, Nayara Silva, 15 anos, amiga de Eloá que também foi baleada, segue estável e sem alterações no estado de saúde. A jovem, entretanto, não sabe do estado de Eloá. “Ela não deve saber ainda hoje (madrugada deste domingo, 19). Ela está sendo poupada de qualquer informação que não seja sobre seu próprio estado”, afirmou o secretário de Saúde da cidade. Os médicos disseram à tarde que Nayara Silva “apresenta melhora progressiva”. Ela foi atingida na boca e passou por uma cirurgia na noite de sexta-feira (17). De acordo com a equipe médica, o estado de saúde dela é estável e a jovem está bem fisicamente. O edema não progrediu além do esperado.

 

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