domingo, 15 de abril de 2012

“Máscaras” acerta no roteiro mas erra na realização


O que se viu até agora de Máscaras – a nova trama da Record, que estreou semana passada – justifica o seu título. A novela é enigmática, mascarada mesmo! Mas confunde mais do que desperta curiosidade. Lauro César Muniz já afirmou que seus personagens são mascarados, e parece que vai levar isso às últimas consequências. O autor usa de um recurso perigoso: o de não entregar a história de cara. Não que isso seja ruim, mas na realização – que é feita pela direção da novela – pode acabar confundindo o telespectador desatento e afastá-lo.

Nota-se que Lauro e Renato Modesto – o co-autor – não perdem tempo. Eles são incisivos no drama dos protagonistas e impregnaram a trama com um clima pesado desde a primeira cena. Maria – vivida por Miriam Freeland, a melhor do elenco até agora – é uma mulher com tensão pós-parto que, supostamente, tentou matar o filho. Logo em seguida, teve seu bebê raptado, para depois ela ser raptada. O marido e o irmão de Maria se acusam mutuamente. Mas, quem está dizendo a verdade? Maria? Otávio, o marido (Fernando Pavão)? Martim, o irmão (Heitor Martinez)? Todos ou nenhum?

E se por trás deste suposto drama familiar estiver uma organização internacional mal intencionada? Intriga internacional e teorias da conspiração já foram abordadas por Lauro César Muniz em novelas como Poder Paralelo (2009-2010) e O Salvador da Pátria (1989). Em Máscaras, já ficam claras as intenções do autor de repetir essa temática, com personagens situados fora do país, como Martim, a prostituta Manu (Gisele Itié) e a personagem de Paloma Duarte, a que não ousa dizer seu nome.

 Percebe-se, entretanto, que existe um desacerto entre os autores e a realização da novela. Fotografia, trilha sonora, cenários e elementos de cena destoam do que os personagens falam. Explico: é como se os autores estivessem querendo passar uma mensagem e os diretores não estivessem conseguindo realiza-la à altura. O texto de Lauro César Muniz é certeiro, irônico e inteligente. Mas a impressão que se tem é que ele não encontrou na produção da novela um ambiente propício para causar o efeito que propõe.

A cena do jantar em que Valéria (Bete Coelho) reúne os amigos para anunciar o “descasamento” com o marido, Gomide (Henri Pagnocelli), poderia ter sido ótima, se não fosse tão mal realizada. Sabemos que são vários atores experientes em cena, o elenco é bom. Mas a direção fez tudo parecer capenga. O mesmo para as cenas que se seguiram, em que as mulheres ficam sozinhas, em especial a que Sônia (Bruna di Tulio) tira a peruca e avisa a todas que está com uma doença terminal. São cenas longas, declamadas, sem trilha sonora, que tornam os diálogos cansativos.

A novela está lenta e existe um claro desacerto entre os autores e a produção. Mas ainda é cedo para afimar que paira no ar uma sombra negra de Os Gigantes. Tem muito chão pela frente, muita história para rolar e tudo pode mudar. Inclusive a abertura – fica a dica!

Fonte: Blog do Nilson Xavier

Confira o clipe de lançamento de "Cheias de Charme"


O programa "Se Liga" da TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará, divulgou um clipe com cenas da nova novela das sete, Cheias de Charme. Confira: 

Claudia Raia viverá uma traficante de pessoas em "Salve Jorge"


Claudia Raia não gravará “Salve Jorge” de sexta-feira a domingo. Em compensação, abrirá mão de um dia de encenação de “Cabaret”. O arranjo foi para que ela pudesse aceitar o papel da traficante de pessoas Lívia na novela de Glória Perez.

CRÍTICA: A estreia de 'Máscaras', na Record


Diferentemente do que acontece nas histórias a que o público está acostumado, o capítulo de estreia de “Máscaras” — novela de Lauro César Muniz, dirigida por Ignácio Coqueiro na Record — foi centrado numa só personagem. Com depressão pós-parto, Maria (Miriam Freeland) tentou matar seu bebê. Na tentativa de se recuperar do trauma, passou um mês a bordo de um navio para, nas primeiras cenas, voltar à fazenda onde vivia com o marido e o filho. Lauro César, um autor experiente e com uma lista de bons serviços prestados à televisão, conseguiu atribuir uma dose de originalidade ao lançamento de sua trama. Originalidade é um mérito, verdade. Mas em si não garante qualidade.

“Máscaras” tem inúmeros problemas que prejudicaram sua estreia. Só para citar alguns, a captação de som é sofrível. A edição, idem. Nas sequências em que Miriam surgiu apoiada na balaustrada do navio, o revezamento de planos e contraplanos deixou evidente que ela estava no estúdio. Foi tosco. Faltou ainda cuidado com os detalhes. Nas cenas da tempestade, na fazenda, os personagens passaram por um corredor cercado de cortinas voando graças a um vendaval. No minuto seguinte, do lado de fora da casa, viam-se as janelas todas fechadas.

Mas o pior foi a direção de atores. Miriam Freeland já mostrou, no teatro e na própria dramaturgia da Record, que é cheia de talento e possibilidades. Em “Máscaras”, entretanto, está perdida. Como uma moça bipolar, teve momentos em que parecia apenas uma iniciante esforçada imitando aquele clichê de moça louca. Os atores, no geral perdidos ou malconduzidos, tiveram sua missão dificultada por falas do tipo: “À noite, o mar é um convite para quem tem contas a acertar consigo mesmo” (Daniela Galli/Antônia). Ou ainda: “Estou louca?”, “Você tá louca?”, “Tô louca?” (Miriam). O paroxismo dessa situação se deu quando Luma (Karen Junqueira) e Antônia cantaram o hino da Marinha brasileira (“Qual cisne branco/em noite de lua”...). Com tudo isso, foi inevitável: o artificialismo reinou. Finalmente, como é costume na Record, houve uma generosa concessão à violência, com um bandido ameaçando atirar um bebê da janela de um caminhão-tanque em movimento.

“Máscaras” pode melhorar, afinal, na estreia, Paloma Duarte, uma das melhores profissionais da emissora, não apareceu. Mas ainda precisa de inúmeros acertos.

Patrícia Kogut
 

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