Tudo bem que a situação toda conspira para envolver o espectador. Luciana era a expressão concreta da energia, uma menina do tipo força da natureza. De repente, fica tetraplégica e passa dias no hospital olhando o teto. Aí começa o vale de lágrimas e a lenta recuperação. Cada miniprogresso mobiliza a família e o choro dos personagens funciona como um convite ao público para aderir àquela comoção.
Ainda assim, Alinne Moraes merece todos os elogios por seu desempenho em “Viver a vida”. Quem a acompanha desde o seu surgimento na TV em 2002 não apostaria que ela chegaria tão rápido ao domínio de cena que tem mostrado na história de Manoel Carlos. Do riso ao choro, a atriz explode em todas as suas aparições. Luciana é intensa e cheia de riscos, mas a atriz nunca cai no exagero: é um acerto do começo ao fim. Alinne estreou na Globo em “Coração de estudante” sem fazer muito barulho. No ano seguinte, fez uma lésbica em “Mulheres apaixonadas”, mas a trama acabou meio acanhada. Depois, veio “Como uma onda”, em que ganhou um papel de destaque, mas foi em “Duas caras”, como a antagonista Silvia, que ela teve sua primeira grande chance às 21h.
O autor da história, Aguinaldo Silva, apostou em Alinne, mas sua vilã escorregou para a completa caricatura e não convenceu. Agora, com Luciana, a atriz mostra que os tropeços (e acertos, claro) valeram. O que se vê é resultado de muito talento, mas, com toda certeza também de lições bem aprendidas.
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