segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Antônio Fagundes volta a brincar com a morte em Tempos Modernos.


Por trás de seus cabelos brancos, Antonio Fagundes, aos 60 anos, encara de frente a maturidade que a idade traz. Protagonista de “Tempos modernos”, novela das sete que estreia hoje, ele diz que não tem medo da morte, tema que vai rondar seu personagem, Leal, na trama de Bosco Brasil. Já acostumado a morrer na ficção, nessa história Fagundes até brinca com o assunto: inventa uma doença terminal para que suas filhas Regeane (Vivianne Pasmanter), Goretti (Regiane Alves) e Nelinha (Fernanda Vasconcellos) se entendam melhor.

— Não é a primeira vez que enfrento esse tema. Já morri muitas vezes na TV — diz, lembrando de “Renascer” (1993), “A viagem” (1994) e “Porto dos milagres” (2001): — A civilização oriental tem esse problema de fugir da morte. Mas ninguém escapa.

O eterno galã afirma que está longe de se preocupar com a velhice e mostra vitalidade de garoto ao encarar dois trabalhos como protagonista ao mesmo tempo. Além de seu papel na TV, ele estreia na quinta-feira a peça “Restos” no Teatro dos Quatro, na Gávea. No monólogo, Fagundes vive Edward, que se vê perdido no velório da mulher.

— Ao contrário do que a gente imagina, a peça é uma celebração da vida. A partir de uma situação difícil, refletimos sobre as coisas boas que temos.

Em comum, Edward e Leal nasceram pobres, construíram um império, são viúvos e criaram os filhos sozinhos.

— Só que Edward é mais civilizado. Na novela, Leal ainda age como um pedreiro de vez em quando — define.

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