13º CAPÍTULO DE “O TERCEIRO GÊMEO”
CASA DE JEANE
Jeane acordou com o telefone tocando. Era a amiga Alice Medeiros da Polícia Federal.
Alice: O que está acontecendo? Meu chefe acabou de me chamar dizendo para eu fazer nada para você. E depois, a reportagem na Folha de São Paulo, com essa manchete: “Ética da Pesquisa Genética: Dúvidas, Medos e Conflitos”.
Jeane: Não! Quer dizer que você não pode fazer meu rastreamento?
Alice: Eu já fiz ontem à noite e mandei pra você por e-mail. Mas Jeane, você tem que destruir essa lista, senão eu perco meu emprego.
Jeane: Eu não posso destruir!
Alice: Eu entrei nisso pra lhe fazer um favor, você quem sabe.
Jeane: Alice espera...
Alice desligou o telefone.
Jeane: Será que acabo de perder uma das minhas melhores amigas?
Sentindo-se infeliz Jeane tomou um banho, vestiu uma bela roupa e se maquiou. Na frente do espelho ela disse: “Bota pra quebrar, Jeane. Bota pra quebrar!”
SALA DE JEANE- UNIVERSIDADE PAULISTA
Jeane ligou o computador e abriu o e-mail de Alice. Quando ia ver os resultados do rastreamento o telefone tocou. Era o reitor da universidade.
Afonso: Aqui quem fala é Afonso. Acho que a gente precisa conversar melhor sobre essa matéria da Folha. Não acha?
Jeane: Claro. Vou agora mesmo aí.
Ela copiou os resultados do rastreamento da polícia federal para um disquete e colocou o nome LISTA DE COMPRAS, era melhor se prevenir. Guardou o disquete na gaveta e foi para a sala do reitor.
SALA DE AFONSO
Álvaro: Bom dia Jeane- disse friamente.
Afonso: A Universidade simplesmente não pode tolerar isso Drª. Jeane.
Jeane: É uma pena que tenham informado tão depressa à imprensa que cancelaram meu projeto. Contudo, acho que devíamos parar com essa briga.
Álvaro: É tarde demais pra isso.
Jeane: Tenho que certeza que não. Temos que encontrar um meio-termo que me permita continuar meu trabalho e também preserve a dignidade da Universidade.
Álvaro: Tudo isso é uma perda de tempo.
Jeane não entendia porque Álvaro estava agindo daquela forma.
Álvaro: Já decidimos o que fazer em relação a isso. – Álvaro agora deixava cair a máscara- Não a chamamos aqui pra saber sua opinião. Mas para despedi-la.
Jeane ficou desnorteada.
Jeane: O que?
Álvaro: Exatamente, você está despedida. - ele alisou as sobrancelhas com o dedo indicador.
Jeane: Não acredito que as coisas tenham chegado a esse ponto.
Afonso: Acho que é só isso Dr. Jeane.
Ainda perplexa Jeane saiu e foi para sua sala. Porém quando passou o cartão magnético pelo leitor a porta não abriu, havia um saco preto Jeane abriu e viu, chocada, que todos os seus pertences estavam ali. Ela vasculhou e ficou desesperada ao notar que o disquete com as informações da polícia federal havia ficado dentro da sala.
Jeane: Não pode ser... Eu não acredito. - depois de algum tempo pensando- Mas tem sentido eu ficar aqui me lamentando, preciso ir pra Campinas, tenho que ver esses arquivos da Bio Clinic.
BIO CLINIC- CAMPINAS
Jeane chegou e a recepcionista pediu que ela esperasse um pouco. Ela pegou um folheto sobre a Genético.
Ricardo Martins: Olá Drª. Jeane, meu nome é Ricardo sou amigo do Carlos com quem a senhora falou quando ligou aqui para a clínica.
Jeane: Prazer.
Ricardo Martins: Que mal lhe pergunte, qual motivo da senhorita querer ver tais arquivos da clínica?
Jeane: Um mistério médico, duas mulheres tem filhos que são gêmeos idênticos, mas, ao que consta, eles não são parentes. A única ligação que descobri é que as duas foram tratadas aqui na clínica.
Ricardo Martins: Bom, todos os nossos registros médicos podem ser acessados pelo computador.
Jeane deu o nome das pacientes e a autorização de ambas para realização da pesquisa. Ricardo digitou os nomes de Isabel Alencar, mãe de Mateus e de Ana Macedo, mãe de Dennis.
Ricardo: Estranho. Não temos nenhum registro com esses nomes. Em que época as pacientes fizeram tratamento aqui?
Jeane: A cerca de 25 anos.
Ricardo: A minha cara sinto muito, mas nós damos fim as fichas após vinte anos.
Jeane: Mas quando liguei o Carlos não me disse nada...
Ricardo: Realmente foi um erro dele. Sinto muito. Agora com licença.
Jeane: De qualquer modo, muito obrigado.
Jeane saiu da clínica e foi até os fundos do prédio, lá vários homens jogavam sacos de lixo em um caminhão. Jeane abriu um saco e viu que eram fichas médicas. Eles haviam picotado horas depois dela ter ligado.
Ricardo: Ei...o que você está fazendo aqui?
Jeane: Vocês tem um segredo vergonhoso aqui, não tem? Alguma coisa que tentam esconder destruindo essas fichas!
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FIM DO CAPÍTULO 13
O TERCEIRO GÊMEO
AUTOR: MARCOS ALVES
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