Vigésimo Segundo Capítulo
Cacá: Você vai mesmo fazer isso?
Fernanda: Eu não. Quem vai fazer isso é você.
Cacá: O quê?!
Fernanda: Mas é claro... Afinal, eu vou estar com eles dois na reunião com a detetive Sara. (pausa) O que foi? Perdeu a coragem?
Cacá: Não... Não é isso. É que, ser cúmplice e te dar cobertura, tudo bem. Mas, eu mesmo fazer algo do tipo? Não sei se seria capaz.
Fernanda: Relaxa. Quando fizer isso, estaremos a um passe de estarmos ricos.
Cacá: Você quer dizer... Você está rica.
Fernanda (sorri): Vamos nos casar e viajar por esse mundo. O que me diz? (beija-o).
Ele ficava pensativo, mas ao mesmo tempo, convencido pela ambição.
Bahia Café Hall...
Neuza e Carlos deixavam o carro com um manobrista e desciam do automóvel, elegantes, caminhando até dentro do estabelecimento.
Neuza (fala entre os dentes): Sorria...
Carlos: Beleza. Quer dizer, está bem.
Neuza: A propósito... Lindo penteado e belo terno.
Carlos: Valeu. Quer dizer, muito obrigado senhora.
Neuza (sorri): Para você meu caro, é senhorita.
Carlos: Como preferir.Neuza: Belo vocabulário. Pelo jeito, decorou tudo no dicionário... Agora comporte-se. Aqui só tem gente fina e inclusive, a “mulher de ferro” Silvia Medrado, dona da revista “Magazine F” está aqui com sua amada Simone.
Carlos: Entendi.
Garçom (aproxima-se): Posso ajudá-los?
Neuza: Claro que sim, querido. Eu sou Marinalva Passos e reservei uma mesa para mim e para meu filho.
Garçom: Certo. Me acompanhem...
Neuza: Obrigada.
Carlos (fala entre os dentes): Porque disse que era a Marinalva Passos?
Neuza: Você não vai querer que eu diga Neuza Caribé não é mesmo? Ou se quiser, Raposa do Cabaré (ri). Não esquenta. Marinalva é minha conhecida e se você quer que a Silvia Medrado se interesse em aproximar-se de nós, acho melhor usar o nome da dona do famosérrimo clube.
Garçom: Aqui está a mesa. Fiquem a vontade.
Neuza: Obrigada querido.
Garçom: Vão pedir algo de entrada?
Neuza: Nada ao certo, mas um vinho, seria ótimo. E dos bons hein?
Garçom: Perfeitamente senhora.
Neuza: Senhorita.
Garçom (olha ela dos pés a cabeça): Está bem. (afasta-se rindo)
Neuza: Você trouxe cartão de crédito né?
Carlos: Sim.
Neuza: Ainda bem... Então vamos começar. Está bem sentado, elegante, agora precisa saber tomar vinho. Homens poderosos, tem essa mania estranha.
Carlos: Mas eu não sei tomar vinho. Não sei segurar na taça.
Neuza: Não há problema. É simples e não há do se que envergonhar, porque tecnicamente, ninguém sabe tomar vinho... Só é você colocar um pouco, na taça enorme; rodá-la como se estivesse analisando e misturando; cheirar; depois beber; fazer aquela cara de que não gostou, mas que na verdade, está provando o gosto do vinho; e dizer com a cara de intelectual: "É bom".
Carlos (estranha): Sinistro...
No outro lado do Bahia Café Hall...
Fernanda, Julieta e Romeu, estavam com a detetive Sara, discutindo sobre o assassinato de Flávio, enquanto Cacá invadia o apartamento de Romeu, para incriminá-lo com as jóias roubadas.
Fernanda (fingindo-se de interessada): E então detetive... Alguma novidade?
Sara (respira fundo): Sinto em dizer que... Absolutamente nenhuma.
Julieta: Nenhuma mesmo? Os vizinhos não viram nada de suspeito?
Sara: Não. A maioria disse estar dormindo na hora do acontecido e ninguém comentou ter ouvido algum barulho no momento dos tiros. (pausa) Foi mesmo um crime perfeito.
Julieta: Então não há como provar nada?
Sara: Eu sinceramente tenho nenhuma pista, mas ainda acredito que tenha sido uma pessoa perto de vocês. Um familiar ou amigo.
Romeu: Mas, o que pretende fazer com essa hipótese?
Sara: Vou ter que vasculhar a casa dos mais próximos dele. Afinal, descobrindo as jóias, que com certeza, ele não jogou fora com medo de serem achadas, saberemos quem é o assassino.
Fernanda: Essa idéia nos inclui?
Sara: Claro. Não estou acusando ninguém, mas é necessário ver todos os apartamentos. Se não, os outros que seriam “revistados” se sentiriam ofendidos, sem a polícia ter visto o geral. Aí, estaríamos acusando eles. O que é injusto.
Julieta: Entendo... (revolta-se) Faço tudo para descobrir quem foi esse canalha!
Fernanda (abraça-a): Acalme-se minha irmã. Tudo vai dar certo.
Sara: Agora uma coisa... Quem fez isso, foi um profissional. Por isso acho que foi um assassino mandado por alguém. É como se um fantasma tivesse matado ele.
Julieta e Romeu se entreolhavam e Fernanda olhava para o lado, como se quisesse se esconder.
UMA HORA MAIS TARDE.
A conversa não chegava em um resultado, mas tudo ia dentro do planejado para Fernanda. Ela se afastava do local e seguia para uma zona mais deserta. Lá, tinha um táxi lhe esperando. Sabendo que era Cacá, Fernanda abria a porta e entrava no veículo.
Fernanda: E então? Colocou as jóias no apartamento de Romeu?
Cacá (suando): Sim.
Fernanda: Me devolve a chave do apartamento dele...
Cacá: Aqui está.
Fernanda: Agora é uma questão de tempo. (ri).
FIM DO CAPÍTULO 22.
AUTOR: JULIANO NOVAIS.
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