Trigésimo Quinto Capítulo
Neuza: Preciso falar com Cacá... Será que posso?
Marinalva (estranha): Claro. Sem problemas... Mas... É algo grave?
Neuza: Não exatamente. Mas é urgente. Onde ele está?
Marinalva: No jardim dos fundos...
As duas caminhavam até o quintal, onde Cacá estava sentado fumando a um cigarro, olhando para o mar.
Neuza: Cacá...
Cacá (surpreso): Neuzinha? O que faz aqui?
Neuza: Preciso falar urgente com você...
Cacá: Pode falar...
Neuza (vira-se): Queira me desculpar, mas é particular Marinalva.
Marinalva: Sem problemas... Estarei na sala de estar. (entra na mansão).
Cacá: Então? O que é?
Neuza (senta-se): Cacá... Eu sei que você teve um caso com a Fernanda Oliveira Amorim e preciso de sua ajuda para detê-la.
Cacá (nervoso): Eu não sei do que está falando...Neuza: Sabe sim Cacá. E não precisa me esconder. Vim aqui porque a vida de um inocente está em jogo! Assim como a vida destruída de Julieta Amorim!
Cacá (respira fundo): Está bem. Mas o que quer exatamente?
Neuza: Você seria corajoso para fazer um testemunho contra Fernanda? Acusando-a de ser a assassina de Flávio Amorim, de Júlio Lopes e de Marcos Costa?
Cacá: Neuza... Eu não posso...
Neuza: Mas porque não?! Isso é muito importante!
Cacá: Neuzinha... Eu vou te contar isso, pois eu confio em você. (respira fundo) Fernanda matou sim Flávio Amorim. É verdade. Porém... Fui eu que a ajudei! Ela arquitetou também a explosão do carro de Júlio Lopes, mas fui eu que instalei a bomba! Eu serei preso por ser cúmplice!
Neuza: Meu Deus...! Eu não sabia. (segura a mão dele) Mas é muito importante Cacá. Eu te prometo que quando isso acabar, nós entraremos com uma ação de hábeas corpus! Assim, você irá responder o processo em liberdade... Não há do que temer vindo de nós! Por favor...
Cacá: Está bem. Agora... Sobre a morte do Marcos Costa. Eu não sei nada. Ela terminou comigo quando começou a ter um caso com esse cara...
Neuza: Pera aí! Você disse caso?!
Mansão dos Amorim...
Fernanda estava em seu casarão, agoniada, andando de um lado para o outro no seu enorme quarto, falando ao celular.
Fernanda: “Jacaré”... Aqui é Fernanda Amorim.
Jacaré: Fala dona...
Fernanda: Descobriu onde está Romeu Andrade?
Jacaré: Tô aqui na área dele.
Fernanda (intrigada): Ah é? E aonde ele se esconde?
Jacaré: Na favela “Vale das Pedrinhas”. Parece que ele alugou um quarto em uma dessas casas da comunidade.
Fernanda: Vale das Pedrinhas hein? Esse cara vai se arrepender muito de ter fugido da cadeia...
Jacaré: E então? Qual será o próximo passo?
Fernanda: Não se preocupe que dessa vez, não haverá rodeios... (pausa) Pode matar. E não esqueça de trazer a cabeça pra mim. (ri).
AS HORAS SE PASSAM.
Restaurante Barravento...
Já era noite e Lucas ia ao restaurante Barravento que tem maravilhosa vista ao farol da Barra. Sentado a uma das cadeiras do balcão, ele apreciava o lugar.
Garçom (aproxima-se simpático): Oh amigo! Apreciando a vista?
Lucas (vira-se): Ah sim! Pois é... É muito linda essa vista.
Garçom: Verdade. Eu tenho sorte de ver isso todo dia. E então? Vai pedir alguma coisa?
Lucas: Sim. Me dá uma cerveja.
Garçom: Pode deixar... Em alguns instantes, ele aparecia novamente com a cerveja. Agradecendo, Lucas olhava para o lado quando via uma mulher, também sentada ao balcão, sozinha, chorando aos prantos, enquanto se embebedava.
Lucas: Com licença senhora... Eu não quero te incomodar... Mas está tudo bem?
Silvia (raivosa): Do que te interessa?! Todos vocês homens são iguais! Mentirosos! Safados! Traidores!
Lucas (fica sério): Me desculpe. Só queria ajuda. (dá as costas).
Silvia (acalma-se): Me perdoe... Eu não fiz por mal. Estou apenas tendo um péssimo dia.
Lucas (vira-se): Sem problemas... Bem... Eu não me apresentei. Meu nome é Lucas Garrido.
Silvia (aperta a mão dele): Silvia Medrado.
Lucas (estranha): Simone Medrado?
Silvia: Sim. Por quê?
Lucas: Você não é a dona daquela revista famosa? Magazine F?
Silvia (sorri): Sim. Eu mesma.
Lucas: Nossa! Olha, eu não acompanho sua revista, principalmente porque é uma revista feminina, mas eu já ouvi falar muito da senhora...
Silvia (desanima-se): Com certeza sim... Silvia Medrado: “A dama de ferro”. “A espanta maridos”. (chora).
Lucas: Acalme-se... Não precisa chorar. Eu ouço sim alguns fuxicos, mas eu apenas acredito na mulher determinada e bem sucedida que você é.
Silvia (sorri): Obrigada. Estou desse jeito apenas porque me separei do meu marido. (pausa) Já o segundo sabe?... Eu tenho uma filha, fruto do primeiro casamento, mas as brigas eram constantes e por isso, me divorciei. Depois... Que casei de novo, ela foi embora para a França, estudar. De fato um dos motivos, foi justamente esse meu casamento que terminou não dando certo.
Lucas: Sua filha deve amar muito você.
Silvia: Disso não duvido, mas para ela é difícil essa convivência... (enxuga as lágrimas) Sou uma mulher madura, já tenho mais de 45 anos, admito, mas quando a gente chega nessa idade e não encontra o amor de sua vida... Parece que nunca vamos encontrar.
Lucas (segunda a mão dela): Posso entender como é.
Ela olhava para a mão dele, tocando na sua e desviava novamente seu olhar, para a face de Lucas. Os dois se entreolhavam com ar romântico.
Bahia Café Hall...
Sara e Julieta estavam no restaurante, aguardando pela chegada de Neuza, que convocava o encontro, quando finalmente essa, chegava.
Neuza (aproxima-se): Olá... Desculpem o atraso. Foi o trânsito... E meu fusca não pega bem sabe?
Julieta: Está tudo bem Neuza. Mas porque nos chamou?
Neuza: Julieta... Eu disse que iria falar com o ex-amante de Fernanda. O taxista Cacá.
Sara: O senhor Caio Beltrão? E o que ele disse?
Neuza: Ele ficou aflito no início, mas acabou contando tudo. (pausa) O fato é que... Fernanda matou mesmo seu pai, Julieta e já temos como provar!
FINAL DO CAPÍTULO 35.
AUTOR: JULIANO NOVAIS.
NÃO PERCAM!
A ÚLTIMA SEMANA!
SERÁ UM SURPREENDENTE FINAL!
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