Cláudia Sarmento, grande amiga que está morando no Japão, escreve: “Eu acho que Helena e Bruno (Taís Araújo e Thiago Lacerda em “Viver a vida”) têm química e fiquei muito tocada com o beijo deles”. O e-mail dela chegou bem na hora em que eu me preparava para escrever sobre a falta de sintonia entre Taís e José Mayer na novela. Fiquei pensando nessa história da “química”. São várias as razões que contribuem para um insucesso. Algumas delas, objetivas. No caso de Marcos e Helena, ele é bem mais velho que ela. Isso e o fato de o empresário ser um homem poderoso se reflete na sua maneira de falar. O personagem usa muito o imperativo e costuma se dirigir a Helena com termos como “faça isso”, “diga aquilo” etc. Parece formal demais em contraste com o carioquês carregado de Taís.
Às vezes, fica a impressão de que ele vai se referir a ela como “sua majestade”. Já Taís esbarra no tatibitate e faria bom proveito de um trabalho de dicção. Nada entre os dois lembra a intimidade de um casal. O texto neste caso não ajuda. Mas aos atores, por sua vez, fica faltando dar o salto necessário para cair na naturalidade. No caso de uma trama realista como as de Manoel Carlos, isso é fatal.Porém, a outra razão que coopera para o fracasso do par é subjetiva: a tal “química” de que fala Claudinha. Então, Marcos e Helena não funcionam juntos por falta de química ou por desacerto técnico? Os dois.Quando Giovanna Antonelli entra em cena com José Mayer, a coisa muda de figura. Não há tempo de verbo que faça com que Marcos dê a impressão de frieza e distância. As sequências fluem e são empolgantes. Atribuir este êxito puramente a uma questão de química pode parecer injusto, é o mesmo que dizer que uma atriz está bem porque possui star quality. Mas em alguma medida este ingrediente pesa.
Não enxergo, como a Claudinha, grandes emoções nos encontros de Thiago Lacerda e Taís Araújo. Embora Taís tenha se saído bem em novelas anteriores e conseguido também alguns bons momentos em “Viver a vida”, no geral a suas aparições têm sido fracas. Dia desses, Osmar (Marcelo Vale) disse que “Helena tem muita personalidade”. Se tem, até agora não mostrou.Vale lembrar que “Viver a vida” dispõe de duplas bem-sucedidas além de José Mayer e Giovanna Antonelli: Bárbara Paz e Mateus Solano e Alinne Moraes e Mateus, além de Alinne e Lilia Cabral. E que a química existe — nas novelas e na vida real — e é matadora isso não se discute.
Patrícia Kogut
Às vezes, fica a impressão de que ele vai se referir a ela como “sua majestade”. Já Taís esbarra no tatibitate e faria bom proveito de um trabalho de dicção. Nada entre os dois lembra a intimidade de um casal. O texto neste caso não ajuda. Mas aos atores, por sua vez, fica faltando dar o salto necessário para cair na naturalidade. No caso de uma trama realista como as de Manoel Carlos, isso é fatal.Porém, a outra razão que coopera para o fracasso do par é subjetiva: a tal “química” de que fala Claudinha. Então, Marcos e Helena não funcionam juntos por falta de química ou por desacerto técnico? Os dois.Quando Giovanna Antonelli entra em cena com José Mayer, a coisa muda de figura. Não há tempo de verbo que faça com que Marcos dê a impressão de frieza e distância. As sequências fluem e são empolgantes. Atribuir este êxito puramente a uma questão de química pode parecer injusto, é o mesmo que dizer que uma atriz está bem porque possui star quality. Mas em alguma medida este ingrediente pesa.
Não enxergo, como a Claudinha, grandes emoções nos encontros de Thiago Lacerda e Taís Araújo. Embora Taís tenha se saído bem em novelas anteriores e conseguido também alguns bons momentos em “Viver a vida”, no geral a suas aparições têm sido fracas. Dia desses, Osmar (Marcelo Vale) disse que “Helena tem muita personalidade”. Se tem, até agora não mostrou.Vale lembrar que “Viver a vida” dispõe de duplas bem-sucedidas além de José Mayer e Giovanna Antonelli: Bárbara Paz e Mateus Solano e Alinne Moraes e Mateus, além de Alinne e Lilia Cabral. E que a química existe — nas novelas e na vida real — e é matadora isso não se discute.
Patrícia Kogut
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