Primeiro Capítulo
Era uma noite animada na cidade de Salvador. No bairro da Pituba, área nobre da capital, acontecia uma grande festa comemorando os 20 anos da empresa ConstruMarket. A música era com banda ao vivo, ao som de piano e saxofone. Os convidados bebiam champagne e conversavam alegremente.
Marta: Festa xique hein querida? Esse Flávio Amorim tem bom gosto...
Betty: Com certeza Martinha. Mas é bom você saber que meu marido aqui colega, é que organizou isso!
Marta (surpresa): Men-ti-ra!
Betty: Sério menina! Ele é sócio do Flávio.
Marta (brinca): Que maridão hein?
Betty: Maridásso! Agora as revistas vivem me procurando (ri).
Carlos (puxando-a pelo braço): Mãe... Mãe... Mãe!
Betty (estérica): Ah! O que é Carlos?! Não está vendo que estou falando do seu pai!
Carlos: Pois é... Mas a senhora não percebeu que ele está no palco com o Flávio Amorim?
Betty (vira-se para o palco): No palco?! Meu Deus! O Júlio vai aparecer em rede nacional, afinal os câmeras estão aqui!
Apresentador do show: Agora dando uma pequena pausa nos nossos excelentes músicos, damos início a algumas palavras dos motivadores da festa. A “família” ConstruMarket! Com vocês... Júlio Lopes. (todos aplaudem).
Júlio: Obrigado, obrigado. Como posso definir a ConstruMarket?... Uma empresa de construção civil, séria e que tem o compromisso com a qualidade de nossos imóveis. Aqui em Salvador, as construções residenciais cresceram cerca e 60%. Mas a maioria até agora, não apresentou um índice de vendas muito elevado, mesmo com todo o investimento. Apenas nós da ConstruMarket, temos esse orgulho no mercado. Estamos expandindo para fora do país e eu, sócio da empresa, desde o início que ajudei a fortalecê-la, não poderia dar todos os créditos a mim. Eu trago até o palco, Flávio Amorim! (todos aplaudem).
Flávio Amorim (no microfone): Muito Obrigado. Agradeço ao Júlio, a presença de todos, da mídia televisiva e jornalística. Como todos devem saber, sou o dono e fundador dessa empresa. Fico feliz por estar vivo para ver esse grande sucesso empresarial, ser o que é atualmente. Feliz por vê-la completar 20 anos com a maior dedicação e feliz por fazer uma grande equipe, em que sozinho e com muito esforço eu construí...
Júlio se sentia humilhado, não sendo reconhecido pelo sócio. Mantinha a postura, mas notava que os repórteres iriam comentar sobre a situação.
Bairro da Barra...
Na vizinhança do grande Farol da Barra, no Bar Pereira Alves, Cadú e Seu Miguel, dono do estabelecimento, tomavam uma cerveja, conversando normalmente. De repente, Cacá chegava com seu táxi, descia do automóvel, encostava-se nele e ficava rodando o molho de chaves no dedo, com seus óculos escuros, enquanto mascava um chiclete.
Cacá (alegre): Eae meu povo! Tudo na paz?
Cadú: Meu camarada! Senta aí!
Miguel: É. Vamos tomar uma cervejinha. Dessa vez, é por conta da casa!
Cacá (brinca): Xiii... Não poço. Tô trabalhando e você sabe que, eu bêbado, não vai me gerar boas influências no trabalho.
Ouvindo zoadas de um carro velho, Cacá, Cadú e Miguel, olhavam para a rua, presenciando um fusca rosa, cheio de bijuterias e uma boneca de mulher havaiana dançante. De lá, saia uma mulher no estilo “zen”, atrapalhada e usando um óculos redondo escuro, ao estilo John Lennon.
Ouvindo zoadas de um carro velho, Cacá, Cadú e Miguel, olhavam para a rua, presenciando um fusca rosa, cheio de bijuterias e uma boneca de mulher havaiana dançante. De lá, saia uma mulher no estilo “zen”, atrapalhada e usando um óculos redondo escuro, ao estilo John Lennon.
Miguel (espantado): Meu Deus! Mais quem é essa mulher?!
Cadú: Com certeza não é desse mundo...
Rita (aproxima-se): E com certeza não é mesmo, querido.
Cadú: Conhece?
Rita (ironiza): Não... Mas eu vou descobrir... Eu sempre descubro.
Neuzinha (carregando várias caixas pesadas): Ninguém merece carregar essas coisas... Quanta tralha eu trouxe da minha última viagem!
Miguel: Precisa ajudar?
Neuzinha (desabafa): Graças a Deus um cavalheiro. Por favor, carregue isso please. Mas cuidado. São peças raras.
Miguel: Desculpe perguntar, mas você é americana?
Neuzinha: Brasileira. Mas voltei ontem do Peru e estou agora nessa nova vizinhança... (coloca sua mão na face dele) Tão agradável. Pelo menos até agora...
Miguel: Espero que goste daqui. Onde quer que eu coloque essas coisas?
Neuzinha: Ah sim. No quarto.
Miguel (segura as caixas): Pode deixar. Dona...?
Neuzinha: Neuza Caribé. Mas pode me chamar de Neuzinha.
Miguel: Ah sim! Prazer.
Neuzinha (sorri): O que é isso querido. O prazer é todo meu.
Festa da ConstruMarket...
Após um comentário vindo do dono e executivos da empresa, a música voltava e todos curtiam a festa. Enquanto Júlio descia do palco desanimado.
Betty (feliz): Querido! Você estava um ga-to ao vivo!
Júlio: Não gostei nada disso! O Flávio me humilhou simplesmente na frente de todos dizendo que foi ele com um esforço tremendo e sozinho que fez a empresa ser o que é hoje! Mal agradecido...
Betty: Bem... Olhe pelo lado bom! (sorri). Pelo menos acho que a câmera não te engordou alguns quilinhos!
Júlio: Não enche Betty! (bebe um uísque).
Betty: Magoei.
Enquanto isso, Flávio aproximava-se de sua filha que se encontrava sentada na mesa do bar sozinha.
Julieta (de cabeça baixa): Oi pai...
Flávio (carinhoso): Minha filha, curta a festa e dance com o Marcos. Ele é um ótimo rapaz e está apaixonado por você!
Julieta: Pai! Ele é seu vice-presidente da empresa e com certeza você quer me arrumar um pretendente não é mesmo seu Flávio?
Flávio (nervoso): Bem... Vou lhe deixar em paz então.
Julieta, desanimada, sai da festa e fica do lado de fora, apoiando seus braços na bancada da grande, apreciando a fonte de água luminosa, enquanto suspirava. Um rapaz logo se aproximava. Apoiava também os braços na grade e olhava para a fonte.
Romeu (sem olhar para ela): Dia difícil não é?
Julieta (olha para ele): Como?
Romeu (ri e olha para ela): Eu falo de você...
Julieta: sei...
Romeu: Desculpe lhe incomodar. Mas qual é o seu nome?
Julieta: Julieta Amorim.
Romeu: Nome lindo... Como seus olhos.
Os dois se entreolham. É amor à primeira vista.
FIM DO CAPÍTULO 1.
AUTOR: JULIANO NOVAIS.
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