sábado, 19 de dezembro de 2009

Ídolos: Programa revela outro cantor que morre quando nasce

http://www.terra.com.br/diversao/idol/Saulo_02_foto-edu-moraes.jpg
"Saulo Roston é o novo ídolo do Brasil." A frase não parecia ter qualquer traço de ironia quando saiu da boca do apresentador Rodrigo Faro na noite de quarta-feira, final do reality show "Ídolos", da Record.
O vencedor derrotava ali, segundo contas da emissora, mais de 37 mil candidatos. Isso depois de enfrentar quatro meses de sabatinas -algumas delas um bocado humilhantes- dos jurados Luiz Calainho, Marco Camargo e Paula Lima.
Mas esta noite era diferente e Saulo receberia só aplausos. Antes de se saber vencedor, ele e Diego Moraes, seu único adversário na finalíssima, exibiram orgulhosos os atributos que os levaram àquele momento glorioso. Com cordas vocais bem aquecidas, promoveram quase duas horas de ginástica.
Sim, é fato que programas como este têm mais a ver com esporte do que com música. Por isso a competição faz sentido.
O que se busca nos participantes é uma suposta "perfeição": a voz mais extensa, a afinação imbatível, a respiração mais limpa. Personalidade? Como nas churrascarias e nos bailes de formatura, isso não está em jogo, nem de longe.
Isso posto -e ignorando a balela de o programa se autoproclamar "revelador de novos talentos da música"-, o negócio ficou até divertido.
Os números coletivos, de que também participaram os candidatos eliminados em semanas anteriores, eram primorosos de tão cafonas. Pareciam apresentações colegiais: todos cantando "We Are the Champions", com coreografia e tudo. A "mensagem" era algo como "o importante é competir".
Também foi engraçado ver parte do elenco das novelas da Record espalhada na plateia, tendo que cumprir a função de figurante. O ator Luciano Szafir, entre eles, nos fazia lembrar que Xuxa também é um ídolo.
Rodrigo Faro fez direitinho. Assumiu integralmente que o negócio é pop mesmo. Na mesma medida do programa de Raul Gil e do "Show de Calouros" de Silvio Santos mas também como "Big Brother" ou "A Fazenda" -que, aliás, teve pré-eliminatória naquele mesmo dia e deve ter causado emoção parecia nos telespectadores.

Futuro
"Saulo Roston é o novo ídolo do Brasil." Enviada à imprensa pela Warner, a frase também não quer parecer piada. A gravadora informa que vai lançar um "álbum inédito" do vencedor, além de prestar "assessoria empresarial para lançar o novo ídolo no mercado musical".
Esse é o grande prêmio? Quem, nos tempos atuais, precisa de gravadora para lançar um disco? Qual dessas "assessorias empresariais" tem sido de fato eficiente na tarefa de lançar artistas no nosso mercado musical destroçado?
Vamos assumir. Saulo já cumpriu o papel que lhe cabia. E, encerrado o programa, o Brasil não precisa mais dele. Ninguém espera seu disco, como não está ansioso pela próxima novela de Theo Becker.
É cruel, sim. Mas alguém ainda se lembra do nome do "ídolo" lançado na edição passada do programa? Não. É assim mesmo, eles acabam junto com o programa. Morrem no exato instante em que nascem.

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