Liza pega a maleta da mão de Zé Carlos. E a atendente do aeroporto anuncia o vôo que levará a suposta morta para fora do Brasil.
Atendente (voz feminina): Atenção senhores passageiros do vôo 1-4-5, favor comparecer ao portão de embarque dois.
Liza lança um olhar gélido para Zé Carlos.
Liza: É o meu vôo, eu tenho que ir...
Ela pega sua bagagem e vai saindo da sala VIP, antes de pisar para fora ela volta-se para Zé Carlos.
Liza: Um dia eu volto... Avise isso a sua chefia... (triunfalmente ela coloca seus óculos escuros e sai)
Zé Carlos (sozinho): Se eu fosse você não faria isso...
CASA DOS LUNATO, TARDE...
Gina chega a sua casa após passar a madrugada junto de Jorge e Luciano no hotel onde Dom Lauro foi morto. Ela entra e a primeira coisa que faz é tirar os sapatos, depois vai até os quartos e percebe que seu pai não dormiu em casa.
Gina (intrigada): Ué!... Pai! Pai!... (entra no banheiro) Ele não ta aqui... (vai até a copa) Gente... Que estranho! Meu pai avisaria se não fosse passar a noite em casa... Ou não avisaria?
VELÓRIO, TARDE...
O caixão com o corpo de Dom Lauro acabará de chegar à sala onde ele será velado. Stela, Cristiano, Lidia/Suzana, Jorge, Luciano e Germana já estavam no local.
Stela (pensativa): Tanto fez, tanto aprontou nessa vida e olha como terminou... Assassinado...
Cristiano (emocionado): Ele fez sim muitas coisas erradas, mas não merecia esse fim. Tão cruel. Tão terrível...
Jorge (colando seus óculos): Fique tranquilo Cristiano, quem fez isso vai terminar os dias na cadeia.
Germana vai até a cozinha do velório para preparar um café para as pessoas que viram. Ela não percebe, mas da janela da cozinha pode-se ver lá fora ao longe o Maverick preto. Logo o carro da à partida e desaparece.
Silvinha vestida num vestido preto chega ao velório. Ela caminha para perto caixão e olha bem. Um sentimento de tristeza e ódio se misturam dentro dela.
Silvinha (voz baixa): Você me traiu Lauro... Você me traiu... Mas apesar de tudo eu sigo te amando... Acho que essa é minha sina.
Stela observa Silvinha e logo se aproxima da amiga.
Stela (friamente): Não vale a pena chorar, eu sei disso. O Lauro não merece se quer uma lágrima minha... Eu amei ele, me dediquei a ele metade da minha vida... E olha o que ele fez comigo. Mas o que me conforta é que a vagabunda que era amante dele também morreu...
Silvinha engole a seco.
Gina chega ao velório e logo nota que seu pai também não está lá.
Gina (pensando): Ele também não está aqui. Mas onde meu pai se meteu desde ontem á noite?...
Luciano aproxima-se sorrateiramente de Gina.
Luciano: Falando sozinha coração?...
Gina (vira-se para ele): Deu pra escutar conversa dos outros, Luciano?
Luciano (cínico): Sabia que eu adoro quando você fica assim.
Gina sai de perto de Luciano.
Lidia / Suzana estava sentada em um banco na praça em frente ao velório. De repente Raquel aparece.
Lidia / Suzana (ríspida): O que você ta fazendo aqui?
Raquel vai chegando perto de Lidia / Suzana.
Raquel (debochada): Meu amor, eu sou mais da família do que você. Se esqueceu que eu namorei o Cris por 7 anos? E ainda pretendo voltar com ele.
Lidia / Suzana (séria): Você é doida. Ele nunca vai voltar com você. O Cris me ama... Raquel você agora faz parte lá do passado... Não fica olhando a vida pelo retrovisor, não.
Raquel (a fuzila com os olhos): Se eu fosse você abaixava essa sua bola querida... Essa sua onda de sorte vai passar logo, por que eu vou destruir esse casinho com o Cris... Eu vou transformar você em pó.
As duas ficam cara a cara, olho no olho.
Lidia / Suzana: Vamos ver quem leva a melhor... Se é guerra que você quer, é guerra que você vai ter!
Raquel: Eu vou jogar com artilharia pesada... Você é nada pra mim. NADA!
Raquel cospe no chão, perto do pé de Lidia / Suzana. Depois vira as costas e sai em direção ao velório.
Silvinha está no toalete se olhando no espelho, ela está pensativa. Na verdade ela está tomando coragem para fazer uma grande revelação a Stela.
Silvinha: O Lauro agora está morto. Eu não posso mais esconder isso da Stela, que é uma irmã pra mim... Isso que eu vou fazer pode me custar à amizade dela, mas é preciso... Chegou a hora!
Ela sai do banheiro e volta para o velório. Anda até Stela, que está perto do caixão.
Silvinha (voz baixa): Stela eu preciso conversar com você em reservado... É uma conversa que eu não posso mais adiar...
As duas entram numa pequena salinha dentro do próprio velório. Stela está intrigada com aquela situação.
Stela: Você disse que tinha algo importante para me falar... Nós já estamos aqui a sós... Pode falar Silvinha, eu sou toda ouvidos.
Silvinha olha nos olhos de Stela, e respira fundo.
* A imagem congela, uma mira telescópica aparece e ao som de um tiro a tela se estilhaça como vidro decretando fim do capitulo.*
NOVELA DE.:. GUSTAVO MORAES
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