segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Viver a Vida" mostra o que não é ser novela


Manoel Carlos criou inconscientemente um modelo de “como não se escrever um folhetim para a televisão” ao produzir Viver a Vida, até o momento a pior novela das 8 da história da Rede Globo. Já se foi mais da metade de trama e até agora tudo o que vimos foi o que de pior pode existir na teledramaturgia.

De fato existiram novelas com apelação, com texto ruim, com diálogos sofríveis, como foi o caso de América e Duas Caras, mesmo assim, em ambas as novelas existia um emaranhado de situações, existia uma trama caminhando, existia conflitos humanos e a história andava, ao contrário de Viver a Vida.

Fosse necessário a todo custo classificar a atual novela das 8 a melhor forma seria “uma anti-novela”. Viver a Vida não tem nenhum elemento necessário a uma novela, neca, nada. O autor aposta todas as suas fichas nos diálogos entre personagens, que são na maior parte das vezes uma busca desesperada pelo realismo. Ocorre que até no mundo real a vida de ninguém pode ter tamanho tédio como o que ocorre com os personagens do folhetim. A lentidão com que acontecem as coisas nesta novela irrita e, mais do que isso, deixa um ar de elementos falsos que afasta o público, afinal, ninguém quer ficar olhando para uma televisão todo santo dia e não ver nada de interessante, que chame a atenção.

Mais do que simplesmente uma trama lenta, a novela não tem história. A princípio tentou-se investir numa protagonista forte, sem medos e que fala o que pensa. Helena simplesmente inexistiu em boa parte da novela. Em seguida a grande aposta de Maneco foi no tal acidente de Luciana que parecia uma trama interessante. Não funcionou, ele errou a mão, criou situações que beiravam o ridículo, como a personagem tentar comer uma banana (e pasmem, conseguir pouco tempo depois de ficar tetraplégica!).

A tentativa de fazer de Dora uma vilã pérfida não funcionou também por culpa do autor, afinal, ele mesmo criou a personagem como heroína desde seu aparecimento na novela, seria impossível torná-la uma mulher sem caráter e, mesmo que no desespero, tentem isso hoje, vai piorar mais ainda. A briga dos gêmeos parece ser o que há de mais interessante em Viver a Vida, ainda assim é tudo muito devagar, muito forçado, muito fora da realidade.

Infelizmente, no desespero por aumentar a audiência, Manoel Carlos se esqueceu das tramas paralelas, deixou de lado a melhor personagem da novela, Renata, e tornou-a uma merca figurante. Pena, se ele investisse nessa história, certamente os resultados seriam melhores.

Após uma série de tentativas fracassadas a nova aposta é investir em Rafaela como uma aprendiz de vilã. Os olhares que a menina tem dirigido a Helena, ao menos por enquanto, não funcionam. A menina não parece em nada uma vilã, mas lembra muito mais uma personagem de terror (alguém aí lembrou da Samara?), o que certamente não era o efeito que todos queriam.

Quem assiste sabe que não há carga dramática, não há identificação com personagens, não há nada, absolutamente nada, que prenda o público diante da TV para assistir a novela, simplesmente porque nada ali chama a atenção. Tudo é superficial, mal contado e chato, monótono, modorrento.

Definitivamente o melhor a se fazer, tanto por parte do autor, da direção, do elenco e da própria Rede Globo é esquecer Viver a Vida. Deixar a novela caminhar lentamente rumo ao precipício e esperar o fim agonizante dessa péssima história que é um marco negro na história da teledramaturgia e, sem dúvida, mancha uma carreira vitoriosa como a de Manoel Carlos. Uma hora o fim da novela chegará, aí, simplesmente, sem pudor algum, todos nós respiraremos aliviados.

Fonte do Texto:TVXTV
Escrito por: Daniel César

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