Gustavo Hofmann
Com o desenvolvimento da globalização – valendo destacar, no caso, o “buum” da internet – nos últimos anos, os televisores brasileiros perderam quantidade significativa de telespectadores. A internet, um dos grandes símbolos dessa era tecnológica, foi a grande vilã dessa hisória e, sem dúvida alguma, quem mais roubou audiência das emissoras de televisão. A Rede Globo – um dos maiores canais do mundo -, por exemplo, sofreu com essa mudança social. Perdeu quantidade bastante considerável do seu público e, com isso, viu sua elevada audiência despencar.
Nos últimos 10 anos – generalizando e exagerando para uma perda maior do que a real -, a emissora da família Marinho perdeu cerca de 10 pontos de audiência. Seu horário nobre, que costumava marcar 50 pontos de média, hoje não passa dos 40. O JN, que dava mais ou menos 40 de média, hoje dá 30. A Grande Família, que antes chegava perto dos 40, hoje chega perto dos 30. Indiscutivelmente essa “perda de 10 pontos” (sendo que em alguns casos essa perda foi ainda mais elevada) foi bastante expressiva. Mas estaria então a Globo caminhando rumo à perda de sua soberania televisiva? A TV Globo foi, certamente, a emissora que mais perdeu pontos de Ibope. Pontos absolutos, no entanto.
Façamos uma situação hipotética. Há duas emissoras. Uma delas marcava 50 pontos de audiência – e viu seus números reduzirem para 40. A outra marcava 5 e viu seus números reduzirem para 4. Afinal, quem teve a perda maior? Inicialmente a mais gritante é a de 10 pontos. Perder 10 pontos, afinal, chama muito mais atenção do que perder somente um. É, de fato, uma perda de muitos mais telespectadores.
Todavia, analisando proporcionalmente, tanto a emissora dos 50 pontos quanto a dos 5 perderam 20% do Ibope. Em números proporcionais – os levados em conta pelos principais órgãos de pesquisa do planeta – a perda foi absolutamente igual. Se fossemos levar em conta de forma mais séria os números absolutos, por exemplo, a emissora dos 5 pontos iria simplesmente desaparecer, pois obviamente não “suportaria” uma perda de 10 pontos. Por esse e outros motivos, os números proporcionais são infinitamente mais importantes do que os absolutos. E, no caso da TV brasileira, os números absolutos e sobretudo proporcionais comprovam que, muito pelo contrário do que afirmam os falaciosos tablóides sensacionalistas espalhados por aí, a Rede Globo vai terminar a década mais líder do que começou. Analisemos alguns números:
No fim de 2003, a média da novela Celebridade era de 44 pontos. JN e A Grande Família registravam 37. Mas, para agradar a vontade dos “inimigos globais”, podemos “arredondar” essas audiências pra cima, pra que, dessa forma, a queda do Ibope Globo seja maior. Finjamos então que Celebridade desse 50 pontos de média; JN e A Grande Família 40. Repetindo, antes que alguém venha reclamar: isso faria com que a QUEDA da Globo fosse maior.
Olhemos agora para as maiores audiências do concorrente da Globo na mesma época. Os programas de maior audiência eram “Domingo Legal” (com 23 pontos), Todos Contra Um (com 19) e Tela de Sucessos (com 18). Ainda nessa época, os programas de maior sucesso da terceira colocada eram o futebol da Série B (com 15 pontos), Turma do Gueto (com 9) e Tela Máxima (com 8).
Analisando hoje os números, percebemos que a audiência da atual segunda colocada é consideravelmente menor do que a da segunda colocada na época. Arredondando bastante pra cima (vejam bem, PRA CIMA) – a fim de tornar a queda menor -, as maiores audiências da segunda colocada seriam A Fazenda, com 15 pontos (estamos sendo generosos, hehe) e outros dois programas com 11. Na atual terceira colocada as maiores audiências estariam entre 8 e 11 pontos.
Na Globo, líder de audiência, as novelas do horário nobre caíram, generalizando uma queda maior, de 50 para 40 pontos (queda de 20%). A Grande Família e Jornal Nacional caíram de 40 pra 30 (queda de 25%). Em média, os programas mais visto da TV Globo – numa estimativa que aumenta essa queda – caíram cerca de 23,3%. Enquanto isso, analisando as mais elevadas audiências do segundo e do terceiro colocado (sem levar em consideração a emissora que o representa), temos os seguintes números:
* O programa mais visto do segundo colocado antes registrava 23 pontos. Hoje registra 15 (numa hipótese otimista). Queda de cerca de 35%.
* O segundo programa mais visto registrava 19 pontos. Hoje registra 11. Queda de 42%. O terceiro programa mais visto registrava 18 pontos. Hoje registra 11. Queda média da maior concorrência: 40%.
* Utilizando o mesmo método, a atual terceira colocada – em relação à da época – caiu 16%
* Considerado a queda dos programas mais vistos da terceira e da segunda colocadas, a concorrência da Globo caiu cerca de 28%, enquanto a Globo caiu 23% – e isso, vejam bem, aumentando a queda da Globo e diminuindo a da concorrência.
Em suma, esses dados deixam claro que, embora a Record de fato tenha crescido nos últimos anos, a concorrência contra a Globo, na realidade, diminuiu – e só não diminuiu mais porque a terceira colocada não está muito distante da segunda.
A Record pode merecer muitos elogios, apresentar muitos programas de qualidade e comemorar seu crescimento. No entanto, ainda vai ter que comer muito arroz-com-feijão e dizer muitos “boas noites” caso um dia realmente queira bater a Globo – ou mesmo causar o mesmo impacto que a concorrência (no caso, o SBT) já causou. Por enquanto, contudo, ainda terão que se contentar com a realidade: A Globo terminará a década mais líder do que começou – e os números não deixam dúvidas em relação à isso. Simplesmente não adianta espernear ou chorar. Por enquanto, tudo não passa de sonho – com inúmeros problemas e várias frustrações. Talvez comemorar menos antes da hora e trabalhar com mais seriedade façam bem para uma TV que sonha com a liderança, mas ainda está à léguas de realmente ser de primeira.
Com o desenvolvimento da globalização – valendo destacar, no caso, o “buum” da internet – nos últimos anos, os televisores brasileiros perderam quantidade significativa de telespectadores. A internet, um dos grandes símbolos dessa era tecnológica, foi a grande vilã dessa hisória e, sem dúvida alguma, quem mais roubou audiência das emissoras de televisão. A Rede Globo – um dos maiores canais do mundo -, por exemplo, sofreu com essa mudança social. Perdeu quantidade bastante considerável do seu público e, com isso, viu sua elevada audiência despencar.
Nos últimos 10 anos – generalizando e exagerando para uma perda maior do que a real -, a emissora da família Marinho perdeu cerca de 10 pontos de audiência. Seu horário nobre, que costumava marcar 50 pontos de média, hoje não passa dos 40. O JN, que dava mais ou menos 40 de média, hoje dá 30. A Grande Família, que antes chegava perto dos 40, hoje chega perto dos 30. Indiscutivelmente essa “perda de 10 pontos” (sendo que em alguns casos essa perda foi ainda mais elevada) foi bastante expressiva. Mas estaria então a Globo caminhando rumo à perda de sua soberania televisiva? A TV Globo foi, certamente, a emissora que mais perdeu pontos de Ibope. Pontos absolutos, no entanto.
Façamos uma situação hipotética. Há duas emissoras. Uma delas marcava 50 pontos de audiência – e viu seus números reduzirem para 40. A outra marcava 5 e viu seus números reduzirem para 4. Afinal, quem teve a perda maior? Inicialmente a mais gritante é a de 10 pontos. Perder 10 pontos, afinal, chama muito mais atenção do que perder somente um. É, de fato, uma perda de muitos mais telespectadores.
Todavia, analisando proporcionalmente, tanto a emissora dos 50 pontos quanto a dos 5 perderam 20% do Ibope. Em números proporcionais – os levados em conta pelos principais órgãos de pesquisa do planeta – a perda foi absolutamente igual. Se fossemos levar em conta de forma mais séria os números absolutos, por exemplo, a emissora dos 5 pontos iria simplesmente desaparecer, pois obviamente não “suportaria” uma perda de 10 pontos. Por esse e outros motivos, os números proporcionais são infinitamente mais importantes do que os absolutos. E, no caso da TV brasileira, os números absolutos e sobretudo proporcionais comprovam que, muito pelo contrário do que afirmam os falaciosos tablóides sensacionalistas espalhados por aí, a Rede Globo vai terminar a década mais líder do que começou. Analisemos alguns números:
No fim de 2003, a média da novela Celebridade era de 44 pontos. JN e A Grande Família registravam 37. Mas, para agradar a vontade dos “inimigos globais”, podemos “arredondar” essas audiências pra cima, pra que, dessa forma, a queda do Ibope Globo seja maior. Finjamos então que Celebridade desse 50 pontos de média; JN e A Grande Família 40. Repetindo, antes que alguém venha reclamar: isso faria com que a QUEDA da Globo fosse maior.
Olhemos agora para as maiores audiências do concorrente da Globo na mesma época. Os programas de maior audiência eram “Domingo Legal” (com 23 pontos), Todos Contra Um (com 19) e Tela de Sucessos (com 18). Ainda nessa época, os programas de maior sucesso da terceira colocada eram o futebol da Série B (com 15 pontos), Turma do Gueto (com 9) e Tela Máxima (com 8).
Analisando hoje os números, percebemos que a audiência da atual segunda colocada é consideravelmente menor do que a da segunda colocada na época. Arredondando bastante pra cima (vejam bem, PRA CIMA) – a fim de tornar a queda menor -, as maiores audiências da segunda colocada seriam A Fazenda, com 15 pontos (estamos sendo generosos, hehe) e outros dois programas com 11. Na atual terceira colocada as maiores audiências estariam entre 8 e 11 pontos.
Na Globo, líder de audiência, as novelas do horário nobre caíram, generalizando uma queda maior, de 50 para 40 pontos (queda de 20%). A Grande Família e Jornal Nacional caíram de 40 pra 30 (queda de 25%). Em média, os programas mais visto da TV Globo – numa estimativa que aumenta essa queda – caíram cerca de 23,3%. Enquanto isso, analisando as mais elevadas audiências do segundo e do terceiro colocado (sem levar em consideração a emissora que o representa), temos os seguintes números:
* O programa mais visto do segundo colocado antes registrava 23 pontos. Hoje registra 15 (numa hipótese otimista). Queda de cerca de 35%.
* O segundo programa mais visto registrava 19 pontos. Hoje registra 11. Queda de 42%. O terceiro programa mais visto registrava 18 pontos. Hoje registra 11. Queda média da maior concorrência: 40%.
* Utilizando o mesmo método, a atual terceira colocada – em relação à da época – caiu 16%
* Considerado a queda dos programas mais vistos da terceira e da segunda colocadas, a concorrência da Globo caiu cerca de 28%, enquanto a Globo caiu 23% – e isso, vejam bem, aumentando a queda da Globo e diminuindo a da concorrência.
Em suma, esses dados deixam claro que, embora a Record de fato tenha crescido nos últimos anos, a concorrência contra a Globo, na realidade, diminuiu – e só não diminuiu mais porque a terceira colocada não está muito distante da segunda.
A Record pode merecer muitos elogios, apresentar muitos programas de qualidade e comemorar seu crescimento. No entanto, ainda vai ter que comer muito arroz-com-feijão e dizer muitos “boas noites” caso um dia realmente queira bater a Globo – ou mesmo causar o mesmo impacto que a concorrência (no caso, o SBT) já causou. Por enquanto, contudo, ainda terão que se contentar com a realidade: A Globo terminará a década mais líder do que começou – e os números não deixam dúvidas em relação à isso. Simplesmente não adianta espernear ou chorar. Por enquanto, tudo não passa de sonho – com inúmeros problemas e várias frustrações. Talvez comemorar menos antes da hora e trabalhar com mais seriedade façam bem para uma TV que sonha com a liderança, mas ainda está à léguas de realmente ser de primeira.
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