Segundo Capítulo
Romeu (sem olhar para ela): Dia difícil não é?
Julieta (olha para ele): Como?
Romeu (ri e olha para ela): Eu falo de você...
Julieta: Sei...
Romeu: Desculpe lhe incomodar. Mas qual é o seu nome?
Julieta: Julieta Amorim.
Romeu: Lindo nome... como seus olhos.
Os dois se entreolham. É amor à primeira vista.
Enquanto isso, Flávio Amorim conversa com os executivos da empresa e outros grandes convidados. Quando raivoso, Júlio se aproxima.
Júlio: Flávio... Precisamos conversar.
Flávio: Agora não Júlio.
Júlio: Mas você precisa me ouvir! O que você falou no palco...
Flávio: Vá curtir a festa um pouco (vira-se). Mas... Quem é ele para chegar até minha festa?!
Júlio (vira-se): Quem?
Os dois notavam a presença do empresário e rival Cássio Andrade. Ele andava olhando para tudo e todos, enquanto vários repórteres e flashes lhe cercavam no meio de tanta música e conversa.
Cássio (sorri): Flavio Amorim...
Flávio: Cássio Andrade...
Os dois se entreolhavam sem dizer nenhuma palavra.
Cássio (irônico): Bela festa...
Flávio: Como ousa aparecer aqui?!
Cássio: Ora... Só vim apreciar a festa de um colega do meu ramo. Será que há algo de errado nisso?
Flávio (empurra-o raivoso): Como se atreve!
Júlio (segura-o): Calma Flávio. A imprensa está aqui. Qualquer passe em falso, pode parar nas capas dos jornais!
Flávio: Está bem. (puxa Cássio pela camisa). Mas é melhor sair daqui, o mais rápido possível!
Bairro da Barra...
Neuzinha arrumava as caixas da mudança dentro de sua nova casa, com a porta entreaberta. Aproveitando da situação, a fofoqueira Rita aproxima-se.
Rita (futuca ela por trás): Oi...
Neuzinha (assusta-se): Uaí!!! Você me deu um baita susto menina! Quem é você?
Rita: Queira me desculpar. Eu vim apenas cumprimentá-la.
Neuzinha (aperta sua mão): Ah! Muito obrigada. Fique a vontade aqui.
Rita: Qual o seu nome querida?
Neuzinha: Neuza Caribé. Pode me chamar de Neuzinha ou se preferir Raposa do Cabaré. Tá ligada?
Rita (estranhava): Raposa do cabaré?
Neuzinha: Meu nome de guerra na ditadura! Sacou?
Rita: Ditadura?! O que você fez nessa época?
Neuzinha: Bem, eu era dançarina de boate e durante a ditadura, eu protestava junto com uma galera lá contra o governo... Então como eu era e sou linda, ficou raposa e cabaré você sabe, da boate (ri).
Rita: Sei... (sorri) Trouxe isso para você. Como um presente de uma boa vizinha.
Neuzinha: Oh, Rosas! Muito obrigada.
Ela colocava as flores em uma bancada, pegava uma tesoura e cortava as pétalas.
Rita (assustada): Me desculpe... Mas por que você cortou as rosas?
Neuzinha: Querida, você não sabe? A cor rosa é muito forte. Pode nos afetar psicologicamente e dependendo do seu tipo de alma, pode até ser esgotante emocionalmente, sem contar que pode afastar os homens de sua casa. E afinal, eu não quero isso...
Rita (ri): Não me interprete mal, mas a senhora é supersticiosa?
Neuzinha: Mais ou menos. Acho que pessoas que falam com o “além” e vê o futuro dos outros pelo tarô, podem ser até esse tipo de gênero.
Rita: A senhora está brincando né?
Neuzinha (se chateando): É sério, querida. Eu até acho que você precisa de uma consulta comigo.
Rita (preocupada): Você acha?
Neuzinha (empurra-a sutilmente até a porta da casa): Mas é claro! Olha para sua pele... Precisa de um tratamento. Por isso, aproveite, vá para sua casa e pense no que te falei e amanhã conversamos melhor. Está bem?
Rita: Mas...
Neuzinha (séria): Bye. (fecha a porta).
Rita (espanta-se com a porta na cara): Êpa! Pêra aí? Ela me pôs pra fora! Abre a porta Neuza! Sua... Sua raposa do cabaré! (bate na porta).
Enquanto Rita, estérica, batia na porta loucamente, Neuza se encostava à parede e colocava as mãos no rosto.
Neuzinha: Ô mulherzinha insuportável...
FIM DO CAPÍTULO 2.
AUTOR: JULIANO NOVAIS.
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