CAPITULO 011 – Suzana surpreende – se!
Lucélia e Silvinha se entreolham, elas não sabem o que dizer. Cristiano não entende aquela situação estranha.
Cristiano (curioso): Lucélia! Responde mulher, o que você ta fazendo com esse colar no pescoço?!...
Lucélia envergonhada tira rapidamente o colar de Silvinha do pescoço. Aflita e perdida, ela tenta dar uma desculpa para Cristiano.
Lucélia (aflita e gaguejando): O que eu to fazendo com esse... esse colar?... É que... Eu sempre achei esse colar lindo sabe seu Cris... Daí... Eu pedi para dona Silvinha se ela não me deixava experimentar o colar dela... Não é dona Silvinha?...
Silvinha faz cara de má, sabe que Lucélia está numa enrascada, ela ergue uma das sobrancelhas.
Silvinha (cinicamente): É verdade sim, Cris... (se volta para Lucélia) Querida, mas você não tem um porte elegante para usar esse colar... Ele paga o seu salário de um ano!... Amor, pra você eu aconselharia usar aquelas bijuterias baratas... Fica melhor, combina com esse seu jeitinho brejeiro!... Agora de verdade eu preciso ir... Beijinhos Cris...
Ela pega seu colar de volta, coloca no pescoço e lança um olhar de desprezo para Lucélia. Logo Silvinha sai em seu carro.
APART. RENATO, SALA. NOITE.
Renato e Lidia estão jantando juntos naquela bela noite de outono carioca. O papo não é dos mais descontraídos, Lidia, está contando a ele sobre o que Suzana lhe disse a tarde: Que fora estuprada por Marcelo.
Lidia (indignada): (...) Da pra acreditar nisso?!... O Marcelo, uma pessoa que sempre esteve lá em casa, fazer essa barbaridade com a Suzana!...
Renato (pasmo): Que o Marcelo era um malandro eu sabia, mas que ele era um maníaco nojento não!... E a cabeça da Suzana como ta?
Lidia (emocionada): “Tadinha”!... Ela ta super perdida, passada!... Só chora, implora para nós não irmãos a policia... Ela na verdade não quer isso por que o Marcelo a ameaçou... E indiretamente também nos ameaçou... Disse que mataria todos que estão à volta dela... E que ela ama... Mataria a mim e depois a torturaria até a morte...
Renato: Esse cara é um psicopata! A coisa mais certa era nós irmos até á policia... Mas se ela não quer isso, nós vamos fazer o que?!... Como você disse que a ajudaria?
Lidia: Eu disse que levaria ela junto conosco para São Paulo, e que lá ela recomeçaria uma nova vida... Longe desse mostro do Marcelo... Bom, mas na verdade ela já tinha o plano de ir para São Paulo, mesmo sem a gente... Eu só disse que ela poderia ir no mesmo carro que nós...
Renato (contrariado): Se você já prometeu... Não vai ser eu que vou faze – lá descumprir isso... Mas, Lidia, eu já digo que não gostei da sua idéia...
Lidia (romanticamente): Amor é por uma boa causa...
Renato faz cara de serio e da um gole em sua taça de vinho.
MANSÃO DOS MAYER, QUARTO DA EMPREGADA, NOITE.
Lucélia anda impaciente de um lado para o outro dentro de seu quarto, ela não consegue acreditar em sua má sorte. Lucélia está com ódio de Silvinha.
Lucélia (raivosa): Maldita!... Cachorra!... Eu não acredito, não acredito! Eu estava tão perto de conseguir o que queria, mas aquele desequilibrado tinha que aparecer!... (grita) Que ódio!... Mas essa festa vai acabar. Ah se vai!... Eu vou transformar a vida daquela ordinária em um inferno!... Ela vai ver o que é bom!... Vai... Ver!
Judicéia, copeira da mansão e companheira de quarto de Lucélia, entra sem avisar. Ela pega Lucélia falando sozinha.
Judicéia (intrigada): Ora, Lucélia! Ta falando sozinha menina?!...
Lucélia olha fuzilante para Judicéia, senhora de 75 anos e já um pouco surda e cega.
Lucélia (cortante): Velha intrometida... Esclerosada!
Judicéia (não ouve): Você disse alguma coisa querida?...
APART. PAULO, SALA. NOITE.
CAMPINAS...
Paulo Miranda está sentado no sofá da sala perto da mesinha de centro, ele recorta obsessivamente figuras de Dom Lauro das revistas. Depois as cola numa espécie de caderno e faz algumas anotações. Sua esposa, Cecília, o observa.
Cecília (carinhosamente): Amor, para com isso!... Você está o dia todo fazendo isso, Paulo... Chega...
Paulo (entretido e não prestando muita atenção): Não, espera! Eu to quase terminando... Isso aqui ta ficando ótimo... São tantas informações... Eu estou muito ansioso... O grande dia se aproxima...
Cecília (num impulso segura as mãos de Paulo): Pelo amor de Deus, Paulo!... (chorando) Você ta doente! Eu sofro te vendo assim... Nós estamos há 15 anos casados, e eu nuca te vi livre dessa obsessão... Por quê?! Em?!...
Paulo fica com um demoníaco, olhar louco e marejado pelas lágrimas de ódio.
Paulo: Eu só vou ficar bem o dia que eu cumprir com a minha promessa!... (grita) Me vingar desse maldito!
Paulo fora de si fica a tesoura sobre a foto de Dom Lauro na capa de uma revista e um forte raio ilumina a sala.
APART. LIDIA E SUZANA, SALA. NOITE.
RIO DE JANEIRO...
Suzana está com uma foto de Lidia em sua mão, ela olha para fotografia, seus olhos estão lacrimejantes.
Suzana (com voz embargada): Eu não queria fazer isso com você, minha irmãzinha... Mas, eu preciso... Você não tem idéia de como eu gosto de você. Mas ao mesmo tempo em que eu gosto te ver feliz, sorrindo... (se olhar fica psicótico e sua voz se transforma) Eu quero te ver sofrendo... Quero te ver no fundo do poço... (ri demoniacamente) Te ver sofrendo me faz feliz... Fazer o que, não é?... Bom, é a vida minha florzinha!
A campanhinha toca. Suzana enxuga as lágrimas e vai atender a porta, mas ao abri - lá ela se surpreende, fica paralisada.
Suzana (sem ação): Você?...
* A imagem congela, uma mira telescópica aparece e ao som de um tiro a tela se estilhaça como vidro decretando fim do capitulo. *
FIM DO CAPÍTULO 11.
NOVELA.:.GUSTAVO MORAES.
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