Estreia de domingo na Globo, “Norma” não apresentou grandes surpresas. Funciona mais ou menos assim: Denise Fraga é Norma, a personagem central e uma figura bem standard. Pesquisadora de 40 anos, acaba de se separar, tem uma filha adolescente e quer “se reintegrar ao jogo amoroso” mas não sabe como. Perdeu a prática, o ex-marido empata um pouco, ela é indecisa. Indecisa talvez não seja a palavra. Norma é um tipo em construção. Há a personagem da dimensão dramatúrgica. Em outra narrativa, paralela, ela é “real”, e se comporta de acordo com as sugestões de uma pequena plateia. A plateia participativa fica num estúdio acoplado ao cenário do Instituto de Pesquisa onde Norma trabalha. Lembra de longe o “Sociedade anônima”, programa que existiu por pouco tempo na TV Globo em 2001 comandado por Cazé Peçanha e dirigido por José Lavigne. Naquela época sim, a dose de interatividade era inédita. Hoje, com o Twitter e a internet fervendo, é preciso ir muito mais longe. O resto é pretensão. Pelo menos neste primeiro episódio, “Norma”, programa anunciado como “inovador”, não surpreendeu. Denise, uma boa atriz, ficou no meio do caminho entre a personagem e a condutora dos debates. Os temas — a separação e suas consequências e como se comportar num primeiro encontro — a esta altura docampeonato já não empolgam ninguém. Debates como “deve ou não usar sutiã com bojo”, francamente, são capazes de apaixonar alguém? O formato de “Norma” não é o ovo de Colombo de “Retrato falado” — esse sim, um programa criativo que foisendo aprimorado durante os anos de exibição dentro do “Fantástico”. Por outro lado, trata-se de uma ideia em construção por natureza. Então é esperar para ver. Denise Fraga e Luiz Villaça, o diretor, merecem o crédito.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
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