quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cama de Gato- Patrícia Kogut

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Estreia de anteontem na Globo, “Cama de gato” trouxe de volta ao horário das 18h a assinatura de Ricardo Waddington. Já na primeira cena deu para reconhecer algumas marcas já vitoriosas em “A favorita”: a luz cuidada, a trilha incidental tratada quase como um personagem e marcando a ação, além do acabamento impecável, são algumas delas. Se por um lado a trama de Duca Rachid e Thelma Guedes chegou para quebrar o ritmo de história rural e romântica que tinha ocupado o horário com “Paraíso”, por outro, ela promete restabelecer clássicos do folhetim sem grandes inovações. O principal indicativo é o truque de desconstruir para recriar uma história dentro da história. Isso acontecerá com Gustavo (Marcos Palmeira), empresário que endureceu e perdeu a ternura, mas que, no fundo, no fundo... é Marcos Palmeira, infalível na missão de carregar a audiência feminina. Ele terá que começar do zero depois de ser abandonado num deserto graças a uma “pegadinha” que vai se revelar uma “pegadona”.

Neste primeiro capítulo, “Cama de gato” não perdeu tempo com meias apresentações: “Cadê o Gustavo da época de Bonsucesso, simples, generoso, amigo dos amigos? etc” foi o mínimo que se disse do personagem. Já Alcino (Carmo Dalla Vecchia) é um bon vivant, esportista, solteiro, reservou uma viagem num ônibus espacial e representa uma espécie de memória poética de um passado que Gustavo faz questão de deixar para trás. Verônica (Paola Oliveira) é uma vilã sem nuances; Rose (Camila Pitanga), a típica mocinha pobre, mãe amorosa, sem amargura, solidária e coração de ouro. O novelão tradicional também se apresentou com força total na cena em que Gustavo sentiu o perfume de Rose, que fazia faxina na sala ao lado. “Canela? Almíscar?”, perguntou ele percebendo a futura musa pelo faro. Camila se destacou como a mocinha Rose, e Paola se saiu bem com sua primeira vilã. Heloísa Périssé promete bons momentos como Taís, o mesmo vale para Aílton Graça (Tião) e para Marcello Novaes (Bené). O núcleo não chega a ser cômico, mas deve ser o responsável pelo quinhão mais alegre da novela e pode virar o “coração” da história. “Cama de gato” também trouxe de volta Isabella Garcia (Mari), uma atriz que domina o que faz e tem presença. Dudu Azevedo, o vilão Roberto, amante de Verônica, está no eterno papel do malandro com a dicção pouco trabalhada que prende um ator a um personagem só. Há duas surpresas agradáveis e sempre bem-vindas que merecem um registro e mostram um cuidado na escalação mesmo para personagens secundários: Ilva Niño e Tony Tornado. Com a carga nas tintas, as autoras acenaram com uma produção cheia de ritmo. Tomara que isso se confirme. O público vem aderindo com facilidade a narrativas com ação. Para quem estava sentindo saudade de uma história carregada de eletricidade, “Cama de gato” pode ser um prato cheio.

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