sábado, 8 de agosto de 2009

Em entrevista bombástica, Aguinaldo Silva diz: "Falta um vilão na carreira do Gianecchini"

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Autor da série "Cinquentinha", com previsão de estrear até outubro, Aguinaldo Silva diz que os personagens serão parecidos com a personalidade dos atores que os interpretarão. E que Reynaldo Gianecchini desistiu de ser um vilão gay porque "a repercussão foi tão grande que talvez ele tenha achado que não era a hora de um personagem desse tipo".

FOLHA - Por que fazer personagens parecidos com os atores ?

AGUINALDO SILVA - Eu me preparei durante anos para escrever seriados. Vejo pelo menos um episódio de seriado americano por noite. Geralmente, eles adaptam o personagem à personalidade dos atores. E percebi que isso era muito positivo. Você vai ver a Susana Vieira fazendo um personagem que lembra a Susana Vieira.

FOLHA - O Reynaldo Gianecchini sabia que seria um vilão gay?

SILVA - Ele sabia. O Giane não podia fazer porque vai participar da próxima novela do Silvio de Abreu. Mas falei para o Wolf [Maya, diretor de "Cinquentinha"]: "Pô, mas eu queria tanto que o Giane fizesse o personagem. Seria uma virada muito importante na carreira dele". O Wolf tornou a falar com ele, que aceitou. Mas ele já tinha um compromisso com o teatro. E eu acho que a repercussão [de que ele seria um vilão gay] foi tão, assim, grande que talvez ele tenha achado que não era a hora de fazer um personagem desse tipo. E voltou atrás.

FOLHA - Por que o queria tanto?

SILVA - Porque eu queria um homem que fosse muito bonito e, ao mesmo tempo, perverso, torpe. O Giane é muito bonito e você não espera que ele seja perverso e torpe. Seria um choque para o público. Está faltando um vilão na carreira dele.

FOLHA - Qual a fórmula do sucesso de "Senhora do Destino", que, mesmo na reprise, tem atingido altos índices de audiência?

AGUINALDO SILVA - O tema clássico, as relações familiares, sempre agrada o grande publico. Novela não é só adultério, corrupção e baixaria. "Senhora do Destino" teve, na primeira apresentação, 51 pontos de média. Depois disso, nenhuma novela sequer se aproximou disso.

FOLHA - Por quais razões?

SILVA - Os canais alternativos atraem pelo menos 10% de audiência. Eu acho que as novelas também ficaram um pouquinho burocráticas, muito atreladas ao politicamente correto. Você não pode mais dizer que um anão é um anão. Tem que dizer que um anão é um cidadão verticalmente prejudicado.

Gianecchini diz que nunca confirmou sua participação em "Cinquentinha": "Me ofereceram dois papéis, o vilão gay e um herói. Pedi um tempo para ver se conseguiria conciliar as agendas, mas não deu". Ele diz que na próxima novela de Silvio de Abreu será um vilão.

Agora confira outra entrevista dada ao site O Fuxico:

Um dos autores de maior prestígio na Globo, Aguinaldo Silva, 65 anos, não tem mesmo papas na língua. Com a mesma ousadia com que critica a concorrência, ele gaba-se de seu sucesso.

Em sua página pessoal na internet, ele já festejou os 1.136 inscritos na master class de roteiro que montou - uma espécie de mutirão para garimpar autores talentosos, dando-lhes uma chance no mercado da tevê. O novelista também se gaba do sucesso da reprise de Senhora do Destino. São sempre posts polêmicos, divertidos e de muita audiência, que ele destina ao site bloglog, do portal Globo.

Em entrevista a O Fuxico, Aguinaldo confessa ter uma enorme inquietação profissional e avisa: se fosse contratado por outra emissora, levaria com ele grandes atores da Globo. O autor ainda avisa que seu contrato global está para vencer e já houve um aceno por parte da direção para a renovação. Portanto, se a concorrência tem interesse em seu passe, precisa correr.

O Fuxico: Em suas recentes declarações, você tem demonstrado vontade de mudança. O que busca: mais liberdade intelectual, mais reconhecimento...?

Aguinaldo Silva: É inquietação mesmo. Estou sempre insatisfeito com o que fiz, e querendo fazer alguma coisa que seja realmente inovadora. Isso não costuma ser fácil em televisão, cuja linguagem - e isso não é uma crítica e, sim, uma constatação - é sempre baseada na repetição. Liberdade intelectual eu tenho na Globo. Também acho que da falta de reconhecimento eu não sofro. Como disse, sou inquieto mesmo.

OF: É verdade que, após a minissérie Cinquentinha, você pretende acabar a parceria com o diretor Wolf Maya e astros veteranos como Susana Vieira?

AS: Por razões de dramaturgia, na minha próxima novela a protagonista deve ter 45 anos, e pensei na Glória Pires para vivê-la. Nas minhas novelas, não apenas os protagonistas mas todos os atores brilham, inclusive os novatos. Mas, é claro que eu vou contar com meu cast de veteranos, que são meus atores preferidos. Quanto à minha parceria com o Wolf, se por alguma razão ela acabar, não trabalho com mais ninguém, simplesmente me aposento.

OF: Como recebeu a notícia de que Reynaldo Gianecchini não aceitou fazer sua minissérie?

AS: É natural um ator gostar de um personagem e, mesmo assim, não fazê-lo. Isso acontece a toda hora. Cláudia Abreu, por exemplo, acabou de rejeitar uma personagem fantástica; ninguém menos que Dalva de Oliveira. No caso de Gianecchini, mais do que viajar com sua peça de teatro, acho que foi a novela do Silvio que o levou a desistir de fazer Cinquentinha, pois ia ser muita exposição num breve espaço de tempo.

OF: Acha que o personagem, um vilão homossexual, não agradou o Giane?

AS: Não sei. Mas, se você quer saber o que acho, eu lhe digo: fazer um personagem que foge aos padrões habituais é um ganho para qualquer ator. E, sem dúvida nenhuma, seria um ganho para ele.

OF: Você elogiou a decisão de Tiago Santiago em mudar para o SBT. Acredita que a emissora de Silvio Santos tem potencial para concorrer com Record e Globo?

AS: Ao que me parece, a concorrência está onde sempre esteve: entre o SBT e a Record. A Globo nunca esteve ameaçada por nenhuma das duas. Basta dar uma olhada nos números de audiência. A Record tem tomado algumas decisões, no mínimo discutíveis, em sua programação. E talvez por isso tenha voltado ao mesmo nível de audiência do SBT. Acho que, nessa última orgia de contratações feitas pelas duas, há muita coisa que não valia a pena. Mas, enfim... É opinião minha.

OF: A Record já contratou muitos profissionais do mercado da teledramaturgia. O que falta para ela alcançar o padrão de qualidade das novelas da Globo?

AS: Faltam um autor e um diretor de primeiro time. Os dois, juntos, poderiam levar atores de primeiro time, e também técnicos e equipe de produção. Só com pessoas de primeiríssimo time é que se consegue o padrão de qualidade que a Globo vem mantendo há anos; o resto é perfumaria.

OF: O que levaria você a trocar a Globo por outro canal? Acha que grandes nomes da teledramaturgia o seguiriam?

AS: O que levou muita gente a fazê-lo, recentemente: um contrato ultravantajoso, e no qual ficassem bem claras e amarradas as condições de trabalho. Acho que, se eu mudasse de canal, conseguiria levar algumas pessoas que realmente valem a pena.

OF: Nos últimos meses, você recebeu alguma proposta da concorrência?

AS: Você pode não acreditar, mas o Silvio Santos me fez uma única proposta, ainda na década de 90. Depois disso, eu nunca mais fui assediado por outra emissora além da Globo. E, se alguém quiser fazê-lo, é bom se apressar, porque a Globo já começou a me falar em contrato novo...

OF: Se a Globo lhe pedisse um remake, você faria? Qual?

AS: Sim. Já que tantos fazem, eu me sentiria no direito de produzi-lo: Suave Veneno.

OF: Como andam seus projetos paralelos?

AS: No cinema, o roteiro de Roque Santeiro está parado, à espera que Daniel Filho acabe mais um filme. A master class 2, vou comandar no começo do próximo ano. Além disso, lançarei a peça A Vida Começa aos Sessenta, que deve estrear este ano ainda, com Nívea Maria estrelando.

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