--- CRIME PASSIONAL ---

Décimo Quarto Capítulo

Juiz Amadeu Medrado: Diante das provas mostradas aqui e do meu conhecimento sobre o assunto, os júris, junto á mim, decidiram... Esse tribunal condena Fernanda Issa Da La Vega Toller a ficar presa por cometer crime passional, sem procedimento de saída, dependendo claro, de sua conduta na cadeia! (batia o martelo três vezes).

Cláudia ficava paralisada... A polícia chegava para algemá-la e levá-la até a cadeia municipal de São Paulo, quando ela tenta reagir de forma desesperada.

Cláudia (gritando agoniada): Vocês não podem fazer isso comigo! Eu não sou Fernanda! Por favor, me soltem! Meu nome é Cláudia!

As pessoas que compareciam no local, começavam a conversar paralelamente, assustados com os gritos de Cláudia.

Juiz Amadeu Medrado (batendo o martelo): Ordem! Ordem no tribunal! Levem-na daqui!Enquanto ela passava pelo corredor presa e de cabeça baixa, chorando, totalmente confusa sobre sua identidade e nome, Andréa sentia pena.

Andréa (sussurrando): Clementino não podemos deixá-la ser presa injustamente no lugar da irmã gêmea. Afinal, onde está mesmo Fernanda?

Clementino: Infelizmente não podemos fazer nada. Uma hora dessas, Fernanda deve estar em Viena.

Andréa: Temos que denunciá-la!

Clementino: Eu tneho medo...

Andréa: Medo de quê homem de Deus?!

Clementino: Medo por mim, medo por você, medo por nossa neta! Nossa vida está em jogo. Se conheço bem a Fernanda, ela acabaria fugindo da cadeia e sabe lá o que seria capaz de fazer para se vingar!

Viena...

Desembarcava o vôo que chegava à capital austríaca. Era noite na cidade e fazia muito frio. Fernanda caminhava elegantemente pelos corredores do aeroporto, quando entrava no carro de seu motorista particular de Viena. Enquanto o automóvel seguia dirigindo, ela apreciava as belas e maravilhosas paisagens, construções e natureza da capital, que tinha suas ruas, quase sempre, cercadas por árvores ainda que sem folhas, mas muito exuberantes. Logo chegava a um hotel de 6 andares, porém muito largo, com arquitetura antiga e luxuosa, com luzes acesas nas linhas da construção. Era uma nova vida, muito confortável como Nayade Carvalho.

Mansão dos Martins...

O casal voltava para casa, após comparecerem ao tribunal.

Lourenço: Querida, estou bem surpreso com essa situação da Fernanda Toller...

Patrícia: Eu não. Faria à mesma coisa no lugar dela.

Lourenço (espantado): Patrícia, o que é isso?!

Patrícia: Qual é Lourenço! Toda mulher tem lá seus objetivos. Ou você acredita mesmo que ela matou Matheus Toller por causa de uma amante? Duvido! Todo homem tem seus casinhos ali e outros aqui, mas nunca terminam separados das atuais mulheres... Aquilo foi sabe o quê? Dinheiro! E acredito que Fernanda tinha algum plano...

Lourenço: Você hein?!

Patrícia (meiga): Ô... coitadinho. Querido, você sabe que não vou fazer isso com você meu bijú (beija-o). Mas, só se me der um carrinho!

Lourenço (espantado): O quê?!

Patrícia (ironiza): O que é? Depois disso, quero ser uma mulher independente! Não diz que mulher é barbeira no volante? Pois meu bem, essa daqui, não é não!

Cadeia Municipal de São Paulo...

Cláudia passava seus primeiros dias na prisão, onde convivia com a miséria das refeições, dos maus-tratos das carcereiras com ela e das próprias detentas desunidas, que zoavam e faziam de tudo para provocá-la. Aquela vida que mudara literalmente, da riqueza para uma simples prisioneira, condenada por um caso que nem ao menos sabia qual era. Cláudia que ficava confusa com sua verdadeira identidade, sem saber se era Cláudia, Clarice ou Fernanda, segurava suas mãos nas grades de sua cela, colocava a cabeça na janela e gritava agoniada, enquanto, fora da cadeia, chovia e ventava fortemente...

FIM DO CAPÍTULO 14.

AUTOR: JULIANO NOVAIS