terça-feira, 31 de março de 2009

Diferença entre resultado de paredão e enquetes online cria suspeitas sobre permanência de Ana


Ao anunciar a saída da participante Josiane na noite deste domingo com 68% dos votos do público, Pedro Bial cobriu de névoa o resultado apresentado pelo Big Brother Brasil. Na maioria das enquetes online, que viraram parâmetro das disputas nos paredões do reality show, a outra loura, Ana Carolina, tinha as malas prontas para sair. A distância dos números apresentados entre o resultado do programa e, por exemplo, a enquete do UOL (53,65% de Ana contra 46,35% de Josiane, num universo de quase 1 milhão de votos), levantou suspeitas entre fãs do programa e sites especializados.

PERMANENCIA DE ANA SUPREENDEU INTERNAUTAS


"No UOL temos um sistema de segurança que faz com que cada máquina só possa votar uma única vez para evitar fraudes do tipo robôs que geram votos automaticamente", diz Marcelo Negromonte, editor de Entretenimento do UOL. "Nossa enquete é baseada em amostragem, e na maioria das vezes o resultado do programa coincide com o do site. É raro quando isso não acontece. Às vezes o resultado da enquete é igual ao do programa: sai a mesma pessoa e dão as mesmas porcentagens. Em todas as edições do programa, mais de 80% dos resultados percentuais dos paredões coincidiram com o previsto pelas enquetes do UOL". Entre todas as enquetes de paredões da atual edição do BBB realizadas pelo portal, a única com resultado diferente do programa além da deste domingo foi também o único outro paredão duplo da participante Ana Carolina: a enquete indicava a saída da loira, mas quem deixou o programa foi o paulista Ralf.

Na Globo, ninguém sabe, ninguém viu. Não são claros os critérios de votação. Em comunicado ao Jornal do Brasil, a emissora não quis comentar a diferença entre a votação final do programa e as enquetes feitas por outros sites, que indicavam a saída de Ana Carolina. No BBB, são contabilizados os votos que chegam por telefone, SMS (torpedo pelo celular) e pela internet (no site oficial do programa, onde os internautas podem votar quantas vezes quiserem). A Globo não revela a fórmula matemática utilizada para chegar aos números finais - um dos segredos mais bem guardados do programa. Confirma apenas que os votos têm pesos diferentes, de acordo com cada plataforma, e são auditados. Mas também não diz por quem.

Através da Central Globo de Comunicação, a emissora limita-se a dizer o seguinte sobre o assunto: "A ponderação dos votos é usada para garantir a representatividade estatística das 3 diferentes plataformas de votação: sms, internet e telefone".

A edição do programa e a movimentação do público pela internet e em comunidades do orkut indicaram que Ana Carolina sairia da casa. No Globo Online, por exemplo, a enquete seguiu o caminho do UOL. Ana Carolina sairia com 57, 65%, contra 42, 35% de Josiane. A falta de uma explicação detalhada de como é medida a votação gerou insatisfação entre os fãs do programa e põe em dúvida o afunilamento do reality show, que este ano teve audiência abaixo dos padrões da atração.

"Assisto ao BBB desde a edição de estreia e é a primeira vez que o resultado não bate com a vontade popular", revolta-se Claudia Fortunato, uma das maiores fãs brasileiras do programa, acrescentando que varreu a internet em busca de respostas. "Está muito claro que a Globo quer que Ana Carolina vá à final para garantir uma audiência maior e assim poder faturar mais".

Institutos de pesquisa como Gerp e FGV desqualificam as enquetes. Alegam que são amostragens sem base científica.

"Qualquer que seja o resultado, coincidindo com o da TV ou não, será pura coincidência", diz Elizete Ignácio, analista de projetos do departamento de Pesquisas de Opinião da FGV. "Quem vota pela internet não está tão engajado quanto quem vota por telefone, que está pagando a ligação e em princípio muito mais interessado. Uma aferição dessas bem feita seria muito difícil até para institutos de pesquisa de opinião. Para conseguir um resultado mais próximo da realidade, provavelmente o que irá se configurar na tela da TV, cada pessoa pesquisada teria que assistir ao programa e estar interessada em votar".

Gabriel Eládio, diretor do Gerp, diz que não há uma tendência nas enquetes paralelas. "Para fazer algo mais correto pela internet precisaríamos conhecer os votantes, definir uma cota para este universo (por exemplo, mulheres de 25 a 60 anos, de classe A/B etc...) e o computador dos sites só aceitariam as pessoas dentro das cotas. A única informação que se pode tirar dessas enquetes é: as pessoas que navegaram pelo site durante aquele período pensam desta maneira. E só".

1 comentários:

Anônimo disse...

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