quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

--- DESEJO & REPARAÇÃO ---



Décimo Terceiro Capítulo



Naquele instante, podia-se ouvir o barulho de uma chave abrindo a porta na sala de estar. Lucas entrava na casa, subia as escadas, se pronunciando com sua voz grossa.
Lucas: Fernanda, cheguei!
Cacá (vira-se para Fernanda apavorado): Danou-se!
Fernanda (ri): Cadê o “macho” agora?
Cacá: Psiu! Seu marido vai nos escutar! Deixe de brincadeira! Se ele nos pega juntos, estamos fritos!
Fernanda: Deixe de ser frouxo homem!
Lucas (alto): Fernanda?!
Fernanda: Tô aqui! Já vou! (vira-se para Cacá) O quê que tu tá fazendo?
Cacá: Rezando ora!
Fernanda (ri): Desse jeito vai mijar nas calças! Olha... Não precisa se preocupar. Ele tá lá em cima... Você sai aqui pela porta dos fundos da cozinhas, dá a volta no quintal e pula a cerca. Certo?
Cacá (respira fundo): Tá certo!
Fernanda: Então vai logo rapaz!
Lucas: Fernanda?!
Fernanda: Já vou!
Cacá: Pêra aí minha leoa... E você? Vai aparecer na frente do seu marido desse jeito? Toda “pegada” e desarrumada.


Fernanda: Eu me viro. Agora vaza!
Ele corria até a porta dos fundos, dava a volta no quintal e tentava insistentemente conseguir pular a cerca. Quando finalmente conseguia, caia na calçada, mas logo se levantava recuperado, olhando para os lados, com medo de que alguém tivesse o visto. Notando que estava sozinho na vizinhança, naquela noite, respirava aliviado e seguia de volta ao seu carro.Enquanto isso, Fernanda subia as escadas de sua casa e seguia até o quarto.
Lucas (sem olhar para ela): Finalmente chegou... O que você estava fazendo lá embaixo que não subia?
Fernanda (encosta na porta de forma sedutora): Tava me arrumando para você...
Lucas (olha para ela): Minha nossa senhora! Isso... Isso é uma leoa!
Fernanda: E é toda sua! (pula na cama em cima dele).

Hospital...
Após uma longa conversa com seu pai, infelizmente era interrompida quando a enfermeira chegava para lhe dar o remédio que o faria dormir. Inquieta, enquanto acariciava a cabeça de seu pai, Julieta ia atrás do médico que o atendeu.
Julieta: Doutor...
Dr. Paulo Neves (vira-se): Sim?
Julieta (aproxima-se): Meu pai me contou toda a verdade... Mas eu queria saber do senhor... A doença... É realmente terminal?
Dr. Paulo Neves (sério): É sim minha querida. Sinto muito...
Julieta (controla o choro): Não há o mínimo de chance de salvá-lo?
Dr. Paulo Neves: Infelizmente não posso dar esperanças falsas. A situação é complicada. Eu diria que já faz tempo que esse câncer está se formando no corpo dele... Se tivesse descoberto no início...
Julieta: Eu entendo... Quanto tempo?
Dr. Paulo Neves: Eu não posso dar um dado preciso. Não é...
Julieta (corta a fala dele): Por favor. Apenas diga quanto tempo.
Dr. Paulo Neves (respira fundo): Um mês... Dois meses... Três no máximo.
Julieta (chora): Tão pouco tempo meu Deus.
Vendo a mulher inconsolável, com tamanha tristeza, o médico a abraçava...

Bairro da Barra...
Era mais um novo dia na cidade de Salvador e Neuza acordava cedo, andando na calçada da Barra para resolver um problema, ainda que, misterioso. Passando pelo bar, ela dava de cara com Rita e as duas se enfrentavam com olhares fatais.
Rita (cínica): Bom dia... “Neuzinha”.
Neuza: Bom dia... “Ritinha”.
Rita: Sumiu esses dias... O que vem fazendo?
Neuza: Me desculpe querida... Mas o que eu faço ou deixo de fazer, não é de interesse da vida alheia (pisca o olho). Bye, bye.
Rita (fala entre os dentes): Raposa do cabaré!
Cadú (aproxima-se): Parece que dessa vez, você perdeu Rita (ri).
Cacá: Com certeza! (ri)
Rita: Vai rindo Cadú... Eu ainda me vingo dela... E você Cacá... Cale a boca. Que não fui eu que pulei a cerca ontem à noite literalmente.
Cacá (tosse): Do que você tá falando?
Rita: Você sabe muito bem do que é...

Igreja...
Neuza entrava na igreja silenciosa e pensativa, quando padre João se aproximava.
Padre João (animado): Neuza as obras já estão acabando... Pelo jeito, próxima semana você já pode estrear! No domingo... Melhor dia não acha? O povo tá de férias... É bom.
Neuza (olha para os lados): Que bom...
Padre João: Que cara é essa? Até parece que alguém morreu...
Neuza: Não é nada não... Mas eu preciso de um favor seu...
Padre João: Tudo pela minha cartomante! O que é?
Neuza: Do dinheiro que Marinalva lhe deu... Sobrou alguma coisa?
Padre João: Claro que sim!
Neuza: Pode me dar esse restante? Preciso resolver algo muito importante! Eu juro que quando eu estrear na Igreja, o lucro da parte que eu tiver, você desconta esse dinheiro.
Padre João (desconfiado): Tudo bem. Mas só porque você é minha salvação aqui.
Neuza (anima-se um pouco): Brigada meu querido (beija-o no rosto).

AS HORAS SE PASSAM...



Hospital...
Já era por volta das 16 horas e Júlio chegava ao quarto onde Flávio estava internado. Naquele momento, estavam seu sócio e sua filha.
Julieta: Júlio...
Júlio: Bom dia para os dois... Se sentindo melhor hoje?
Flávio: Estou levando o tempo que me resta. E então... Novidades?
Júlio: Sim... Eu encontrei sua filha Flávio. Pelo menos, eu creio que seja essa.
Julieta: Isso é sério?
Júlio: Sim. E ela está aqui.
Flávio: Por favor... Mande-a entrar.
Júlio fazia sinal para que Fernanda pudesse entrar. Ela abria a porta do quarto e se aproximava sutilmente, tentando mostrar-se ser uma mulher tímida e simpática. Mas estava de olho mesmo, na herança do pai.




FIM DO CAPÍTULO 13.


AUTOR: JULIANO NOVAIS.

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