A Record achou que fosse inovar ao fazer um "reality show" com ambientação campestre e supostas "celebridades" no lugar de anônimos. Em um sítio de luxo, localizado em Itu, interior de São Paulo, galinhas e vacas servem apenas como cenografia para a proposta nada original da emissora. Ao lado de galinheiros e estábulos, uma enorme piscina, onde as "gostosas da vez" se bronzeiam no inverno paulista. É praticamente um "déjà vu".
A mistura de dois formatos já conhecidos na televisão brasileira fica evidente em A Fazenda. O primeiro a ser jogado no caldeirão da Record é o Simple Life, transmitido no ano passado pela emissora com o nome Mudando de Vida. O outro ingrediente foi repetido inúmeras vezes por Globo e SBT, com seus respectivos Big Brother Brasil e Casa dos Artistas. Isso se torna evidente durante o programa. Apenas os nomes foram modificados.
O "paredão" típico do BBB é nomeado de Tá na Roça, onde um participante é eliminado a cada semana. O "líder", neste programa, é chamado de Fazendeiro da Semana. Ou seja, a proposta de um "reality rural" já não seria a melhor das idéias, levando em conta o desgaste do formato.
Mas as coisas ficam piores ao analisar os 14 confinados. Estes, se fossem artistas interessantes, ou quem sabe alguns "zé-ninguém", até dariam o fôlego que o programa necessita.
Grande parte é formada por "quase" conhecidos de fama heterogênea, que dão desânimo ao ambiente rústico do lugar. Dançarinas, modelos, repórter de programa de celebridade e consultor de etiqueta acreditam que são artistas. Dentre eles, estão as atrizes Babi Xavier, Lucieli di Camargo, Franciely Freduzeski, os atores Jonathan Haagensen, Théo Becker, Dado Dolabella, a repórter Bárbara Koboldt, o consultor de etiqueta Fabio Arruda, os modelos Miro Moreira e Danielle Souza, o comediante Carlinhos, os cantores Pedro Leonardo e Danni Carlos e a dançarina Mirella Santos.
Alguns chegam a escapar da classificação "famosos-quem", como a atriz Babi e a cantora Danni Carlos, por exemplo. Parecem não se encaixar no "perfil" dos componentes de A Fazenda, já que são conhecidas e têm uma carreira. Dado Dolabella serve como curinga do programa. É quem deve arrumar pequenas confusões e movimentar a calmaria do campo.
Outro "peixe fora d´água" é o apresentador Brito Jr. O jornalista não consegue convencer à frente do programa com sua ausência de empolgação e excesso de morosidade. Brito chega a comandar a produção com um tom tipicamente jornalístico, além de desmotivado. Chega a dar sono.
Talvez o formato que já fez sucesso em 40 países, com suas 36 câmaras atentas 24 horas por dia - como anuncia a Record - não seja esse sucesso também por aqui. Na estréia, a produção chegou a marcar 13 pontos de média, com 16 de pico. A Fazenda parece mesmo ter sido criado para testar o formato na grade da Record e promover "pseudo-celebridades" que estão com seus cachês em baixa no mercado artístico.
Saber da vida de desconhecidos e como eles se relacionam, como acontece no BBB, por exemplo, talvez seja mais interessante que aturar brigas entre egos de "famosos anônimos" que sentem nojo de entrar em um galinheiro. Mesmo para catar ovos para o omelete matinal.
TV Press
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