sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

‘Caminho das Índias’ tem personalidade

Numa época em que grande parte das novelas é norteada por pesquisas, o que faz com que todas elas se pareçam umas com as outras, “Caminho das Índias” surge como uma surpresa muito positiva. Em primeiro lugar, reafirma a capacidade de Glória Perez de se reinventar. Esse folhetim tem algo de “O clone” e do Bar de Dona Jura? Tem. Lembra “América”? Também. Claro, é a marca da autora que está em tudo o que ela faz. Mas “Caminho das Índias” possui identidade estética, atmosfera e até um léxico próprios que ajudam o telespectador a reconhecer imediatamente a assinatura de Glória sem achar que se trata de um déjà-vu.

Essa assinatura aparece principalmente na ação ambientada na Índia. Nos bastidores, foi grande o investimento para que a equipe ficasse conhecendo bastante sobre a cultura de lá. José de Abreu está estudando sânscrito, por exemplo. Juliana Paes fez muitas aulas de dança. Todos se empenharam e se envolveram, mérito de Marcos Schechtman, diretor que já fez outras parcerias com Glória. É possível ver o resultado no ar em interpretações comprometidas, sem artificialismos. Mas nada disso seria possível sem a pegada popular dela. “Caminho das Índias” não tenta “ensinar” o que é aquele país para o público, o que seria uma bobagem. Em vez disso, dribla a chatice explicadinha e vai direto ao assunto. Por exemplo, personagens dizem bordões, falam palavras em hindi, sem tradução. É o truque da autora para que a novela caia na boca do povo com naturalidade. É também um de seus maiores talentos, quem lembra de Nazira (Eliane Giardini) dizendo que iria desfilar sua figura na medina em “O clone” sabe disso.

Há boas interpretações. Lima Duarte, Stênio Garcia, Antônio Calloni, Laura Cardoso, Eliane Giardini, Tony Ramos, Rodrigo Lombardi, Ricardo Tozzi, Nívea Maria, José de Abreu, Juliana Paes e Débora Bloch estão se destacando. Dira Paes e André Arteche prometem incendiar a plateia, mas isso, por enquanto, é ainda uma aposta.“Caminho das Índias” é bem-humorada e não tem medo de ser cafona. E nem precisa. Está mais para pop que qualquer outra coisa e a melhor tradução disso é a sua abertura, divertida e com uma canção contagiante

POR PATRÍCIA KOGUT

0 comentários:

Postar um comentário

SEU COMENTÁRIO É MUITO IMPORTANTE PARA SEMPRE MELHORARMOS. DEIXE SUA CRÍTICA, SUGESTÃO OU ELOGIO. VOCÊ TAMBÉM PODE NOS ADICIONAR NO MSN: festa.show@hotmail.com! OBRIGADO.

 

Blog Revista Eletrônica- A TV mais perto de você Copyright © 2011 -- Template created by O Pregador -- Powered by Blogger