sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Especial 'O ataque das superbactérias'- parte 5


Uma nova geração de pragas resiste aos antibióticos até se tornar invencível. Por que todos nós estamos vulneráveis

A raiz da resistência
Como as bactérias conseguem sobreviver aos antibióticos
1 Elas têm os genes da resistência
Bactérias que já tiveram contato com antibióticos têm genes especialmente dedicados a resistir aos remédios. Esses genes ficam nos plasmídeos, moléculas de DNA em formato de círculo. Os genes podem agir de três formas
 Reprodução  Reprodução  Reprodução
Destroem o antibiótico que penetrou na célula Expulsam o antibiótico da célula Tornam o antibiótico inativo
2 Elas fazem um intercâmbio de genes com outras células
As bactérias podem ficar multirresistentes ao adquirir o DNA resistente de outras bactérias. Elas podem fazer isso de três formas
 Reprodução  Reprodução  Reprodução
Reciclam os genes de bactérias mortas Recuperam genes de bactéria por meio de uma infecção viral Trocam genes com bactérias vivas por meio dos plasmídeos

O terror dos hospitais
Conheça algumas das bactérias que habitam pessoas saudáveis sem cau sar danos. Em pessoas debilitadas, elas provocam graves doenças e escapam da ação dos antibióticos
 Reprodução STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS

O QUE É
Bactéria muito comum que vive na pele da maioria das pessoas. Pode causar acne e furúnculos

POR QUE É UM PROBLEMA NOS HOSPITAIS
Em pessoas debilitadas, pode causar infecções respiratórias e urinárias

GRAU DE RESISTÊNCIA
É uma das principais causas de infecção hospitalar e resiste à maioria dos antibióticos
 Reprodução STAPHYLOCOCCUS AUREUS

O QUE É
Habita a pele e o nariz de 20% da população sem causar maiores estragos

POR QUE É UM PROBLEMA NOS HOSPITAIS
Pode causar pneumonia e infecção generalizada

GRAU DE RESISTÊNCIA
A forma resistente à meticilina (MRSA) é difícil de ser combatida. Nos EUA, ela já provoca infecções fora dos hospitais
Reprodução ESCHERICHIA COLI

O QUE É
Faz parte do ecossistema natural do intestino

POR QUE É UM PROBLEMA NOS HOSPITAIS
Quando disseminada em outros órgãos pode causar infecção generalizada

GRAU DE RESISTÊNCIA
Costuma ser combatida com carbapenemos, embora casos de resistência ocorram em várias regiões do mundo
 Reprodução KLEBSIELLA PNEUMONIAE

O QUE É
Existe normalmente na boca, na pele e no intestino. Possui uma camada externa que dificulta a entrada dos antibióticos

POR QUE É UM PROBLEMA NOS HOSPITAIS
Pode provocar pneumonia e graves infecções sanguíneas

GRAU DE RESISTÊNCIA
Resiste à maioria dos antibióticos. Pode matar metade dos infectados
 Reprodução PSEUDOMONAS AERUGINOSA

O QUE É
É
freqüentemente encontrada na água, no solo, nas plantas e em animais
POR QUE É UM PROBLEMA NOS HOSPITAIS
Pode provocar pneumonia, feridas na pele e infecções urinárias

GRAU DE RESISTÊNCIA
Resiste à maioria dos antibióticos. Em geral é sensível apenas às polimixinas
 Reprodução ACINOBACTER BAUMANNII

O QUE É
Bactéria muito comum no ambiente hospitalar. Não causa danos quando coloniza pessoas saudáveis

POR QUE É UM PROBLEMA NOS HOSPITAIS
Provoca graves infecções urinárias e mata na maioria dos casos

GRAU DE RESISTÊNCIA
Pode ser vencida com imipenem. No Brasil, há casos de resistência também a essa droga
 Reprodução MYCOBACTERIUM MASSILIENSE

O QUE É
Bactéria de crescimento rápido que infecta instrumentos cirúrgicos como cânulas de lipoaspiração e videolaparoscopia

POR QUE É UM PROBLEMA NOS HOSPITAIS
Mais de 2 mil brasileiros foram infectados e sofreram feridas

GRAU DE RESISTÊNCIA
Pode ser tratada com quatro antibióticos. Não há notícia de mortes
 Reprodução ENTEROCOCCUS

O QUE É
Gênero de bactérias que em condições normais habitam o intestino sem causar danos

POR QUE É UM PROBLEMA NOS HOSPITAIS
Pode provocar infecções urinárias, diverticulite e meningite

GRAU DE RESISTÊNCIA
As bactérias ainda são sensíveis à vancomicina. Mas há casos de resistência à droga no Brasil

O que você pode fazer
Nem sempre a infecção ocorre por falha do hospital. Os cuidados ao seu alcance
Reprodução Lave as mãos antes e depois de visitar um paciente. Oitenta por cento das infecções hospitalares são evitadas com a higiene das mãos
 Reprodução Não sente na cama do doente. As roupas dos visitantes têm bactérias que não devem se misturar com as do hospital
 Reprodução Evite levar comida ao paciente. Prefira presentear a pessoa com um livro, uma revista ou um brinquedo
 Reprodução Se estiver resfriado ou com alguma lesão na pele, adie a visita. Bactérias corriqueiras podem provocar graves danos ao doente
 Reprodução Evite ir ao quarto de outros doentes. Você pode virar um veículo de disseminação de germes de um paciente para o outro
Reprodução Se o paciente voltar para casa infectado por uma bactéria resistente, lave as mãos muito bem antes e depois de atendê-lo

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