Foi-se o tempo em que contratos de exclusividade com grandes produtoras e distribuidoras de filmes americanos eram garantia de boa audiência na televisão. O ibope dos arrasa-quarteirões desabou nos últimos anos.
A franquia Homem Aranha, por exemplo, não repetiu na TV o mesmo sucesso dos cinemas. A exibição do primeiro longa, na Tela Quente de 4 de abril de 2005, rendeu 47 pontos à Globo. Cinco anos depois, a estreia de Homem Aranha 3, na mesma sessão de filmes e época do ano, marcou 30,5 pontos na Grande São Paulo, uma queda de 35%.
Queda maior ainda teve a série Harry Potter. A estreia de Harry Potter e a Pedra Filosofal, em dezembro de 2004, cravou 30,6 pontos, uma senhora audiência para o SBT. Já a primeira exibição de Harry Potter e a Ordem da Fênix, em março último, marcou só 7,6 pontos, uma redução de 75%. O SBT teria pagado US$ 2 milhões pelos direitos do filme, que amargou um terceiro lugar no Ibope da Grande São Paulo, perdendo para a minissérie A História de Ester (Record).
A derrocada das sessões de filmes na TV foi geral nos últimos anos. A Tela Quente, que chegou a marcar médias anuais de 35 pontos em 2004 e 2005, amarga 23 neste ano, uma perda de 36% de audiência (veja quadro abaixo). A Tela de Sucessos, que rendia ao SBT 18 pontos no início dos anos 2000, hoje patina nos 6, 7 pontos.
As sessões de filmes da Record, mais recentes e menos fixas na grade, também perderam público. Em 2007, os filmes geraram à emissora uma audiência média anual de 10 pontos. No ano passado, essa marca caiu para 7,9. Neste ano, está em 7,3.
Os executivos das redes não têm dúvidas sobre as causas da queda de audiência dos filmes: os vilões são a pirataria, o download gratuito na internet e o maior acesso da população à TV paga, ao DVD legal e às salas de cinema. Hoje, o espectador não espera mais dois ou três anos para ver um filme na TV aberta. Ele tem inúmeras oportunidades, baratas ou gratuitas, legais ou clandestinas, de assisti-lo antes.
A consequência dessa perda de importância do filme na TV está sendo uma pressão das redes brasileiras sobre os estúdios americanos.
Na última LA Screenings, feira de TV realizada em maio em Los Angeles, executivos questionaram o valor cobrado pelos estúdios/distribuidores. Os americanos costumam pedir pelas grandes bilheterias, como Homem Aranha e Harry Potter, 40 centavos de dólar por espectador no cinema. Ou seja, se um filme foi visto por 1 milhão de pessoas nos cinemas, ele custará 400 mil dólares à emissora de TV. Redes brasileiras avaliam que já não vale a pena pagar tudo isso.
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