sábado, 18 de julho de 2009

Record e a "Lady Kate"

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Já há algum tempo, nas noites de sábado da TV Globo, a personagem Lady Kate ganhou status de estrela com o bordão “Que é? Tô pagano!” devido ao grande sucesso que fez junto ao público.
Estive pensando e conclui que a TV Record é a Lady Kate da vida real: ela tem o dinheiro, e muito, pelos motivos que todos nós conhecemos há tempos, mas, vamos combinar, falta o “gramur”.
A emissora que anos atrás despontou como uma opção de qualidade frente à TV Globo, que fazia jus aos índices elevados de audiência que vinha alcançando, se perdeu devido a sua febre não por passar a Globo, mas por ser a Globo. Sim, é inveja.
Depois de produzir um primor de telenovela como Essas Mulheres e um jornalístico de tremenda qualidade como o Tudo a Ver, deixou a ânsia por índices melhores em curto prazo se tornar uma obsessão, e, com isso, tentou, das piores formas, atrair a atenção dos telespectadores.
Hoje, com a programação que veiculam, é até uma ofensa dizer que copiam a Globo, quando, na realidade, estão xerocando o pior defeito do SBT: a grade voadora. O Hoje em Dia há tempos ora começa mais cedo, ora termina mais tarde. Geraldo Luís saiu do Balanço Geral e Wagner Montes deu início a uma transmissão simultânea da atração para as praças do Rio e São Paulo. Durou uma semana, apenas.
O Programa da Tarde, ameaçado de rodar, ganhou alguns poucos investimentos e, com isso, retorno nos índices de audiência, o que permitiu sua sobrevida, dividindo as tarde com o Pica-Pau. Na seqüência, estrearam o medonho Geraldo Brasil, e, com essa, a gente tenta entender como a Record, que queria se desvincular do brega, aposta exatamente no segmento. Com a estreia dessa nova atração, Maria Cândida finalmente saiu de cena – ela merece coisa melhor.
À noite, para aquecer o “novo” Jornal da Record com Ana Paula Padrão, lançaram mão de uma nova edição de A Fazenda, às 19h. Não durou quase nada, e, logo depois, deu espaço para o SP Record. E isso, faz lembrar o momento em que criaram uma “edição especial” de Os Mutantes, e, dias depois, cancelaram.
As novelas, aliás, nunca tem hora certa para começar, e, como conseqüência, nenhuma das atuais tem audiência estável, pois, a estrela, é o reality A Fazenda, cuja realidade é inexistente. Sem um canal para veicular o dia a dia dos participantes durante 24h, sequer tiveram a boa vontade de disponibilizar um serviço via internet onde isso pudesse ser feito. Com isso, a “realidade” pode ser manipulada de acordo com os interesses do canal.
Lançaram uma sitcom, Louca Família, que segue sambando pela programação. Do mesmo dono do seriado, Tom Cavalcante, o Show do Tom já passou pelas terças, início e final da tarde de domingo, sábado a noite… e segue rodando por aí.
Nas tardes de sábado, ora tem filme, ora o Melhor do Brasil é esticado, ou ainda, inventam alguma reprise para tentar frear o SBT.
Aos domingos, o clone do global Esporte Espetacular, o Esporte Fantástico, é a grande piada do momento. Estreou com a pretensão de ser líder, e, com dificuldade, atinge três pontos. Vai para a terceira semana, e, também, para o terceiro horário de exibição.
Me digam exatamente em que isso se parece com a Globo? Reprises, profissionais e telespectadores desrespeitados, isso é muito mais a cara do SBT!
Fosse a Record toda essa maravilha que tentam pregar, uma fila interminável de profissionais não estaria ou retornando para a Globo ou aceitando convite de Silvio Santos e rumando para o SBT.
Dá pra imaginar Tiago Santiago, maior “estrela” do canal, que vestia a camisa e defendia a empresa com unhas e dentes, aceitando a primeira proposta que lhe foi feita e desistindo de propagar esse tal “caminho da liderança” que nunca chega?
O que falta hoje a TV Record é uma identidade, e, ainda mais, originalidade. Copiar a líder do mercado de televisão no Brasil, por um tempo, foi até engraçado. Hoje, além de ridículo, soa como uma doença, pelo fato de cobiçarem o que é dos outros ao invés de investir em qualidade e produzir.
Enquanto continuarem brincando de Lady Kate, achando que o dinheiro compra tudo, a tendência é o telespectador, pouco a pouco, optar pela original, que, ao menos, o respeita. E isso já vem acontecendo. A festa da Record dia após dia conta com menos convidados, enquanto a Globo, que, como propagou a Record, “tinha um Q de queda”, segue recuperando a audiência perdida e mantendo o Q de qualidade que só ela tem.

Por: Endrigo Annyston – Cena Aberta

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