Bárbara Koboldt pediu para sair de “A fazenda” na última segunda-feira. A loura alegou estar com “saudade de sua vida”. A notícia se espalhou primeiro via internet. Horas mais tarde, a assessoria de imprensa da Record divulgou uma nota oficial explicando o que tinha acontecido. Mas o público só viu a moça pedindo para abandonar o barco durante a exibição do programa à noite. Foi estranho.
É que já não se pode fazer um reality sem um suporte multiplataforma. Primeiro, porque as plateias não conseguem avalizar fatos que não acompanharam integralmente. Depois, um programa com esse formato, mas sem a exibição ao vivo durante 24 horas via pay per view, perde automaticamente o status de reality show. Vira um mero relato da realidade. A gente fica sabendo dos acontecimentos em “A fazenda” por boletins. Há duas consequências para isso. A primeira e mais evidente é que o público começa a duvidar do que assiste. As brigas que acompanha apenas parcialmente de fato aconteceram ou são encenadas? As aproximações amorosas são sinceras? Há um diretor comandando a ação ali ou é um festival de espontaneidade? Se for tudo falsidade, como ter argumentos para desmascarar os dissimulados?
Não dá nem para começar um debate baseado só em pedaços de um programa. Essa relação indireta compromete ainda o que é fundamental para fazer um reality bombar: a adesão apaixonada do público. Ela só ocorre quando ele acredita que pode se apropriar dos acontecimentos no programa. Uma deficiência estrutural em “A fazenda” é ela não ser uma terra de ninguém pronta para ser ocupada pelas plateias. Trata-se de um terreno vigiado por poucos, que voltam de lá com notícias. Ou seja: está mais para teledramaturgia do que para reality. E como dramaturgia é arrastada à beça.
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