O último capítulo de 'A favorita', novela de João Emanuel Carneiro, teve de tudo um pouco: suspense nas cenas iniciais, xaropada (no melhor sentido) aqui e ali, casamento e parto. Os vilões foram castigados, o bem prevaleceu e o amor venceu. Patrícia Pillar teve direito a encerrar seu trabalho com chave de ouro numa cena longa em que Flora atirou e também levou um tiro de Lara.
Um dos desfechos mais interessantes foi o de Catarina (Lilia Cabral, como sempre, brilhante). A personagem, aliás, teve uma história bem montada pelo autor, convincente e coerente. Foi com Catarina que João Emanuel exercitou uma pegada mais realista nessa novela em que o tom fabuloso prevaleceu. A cena dela com Alexandre Nero, o verdureiro Vanderlei, foi bonita e na medida.
Um dos melhores momentos do último capítulo, para explicar o que é 'xaropada no bom sentido', foi o discurso de Iolanda (Susana Faini) no casamento de Cida (Claudia Ohana). Emocionante de verdade.
'A favorita' vai ser lembrada como uma novela que trouxe para as 21h um tipo de narrativa cheia de suspense a que o telespectador não estava acostumado. E também nisso foi coerente até o fim: a história começou brincando com a ambiguidade dos personagens. No último capítulo, a arquivilã Flora provocou sentimentos mistos, com tantas explicações 'psi' para suas maldades, deu pena dela.
O GLOBO
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