segunda-feira, 20 de outubro de 2008

ANTENA LIGADA: Perito analisa fotos e imagens do apartamento onde Eloá foi morta



Um dos pontos cruciais dessa investigação é esclarecer como foram os momentos que antecederam a entrada dos policiais no apartamento e se, de fato, houve ou não um tiro antes da invasão, como argumenta a polícia. Um perito independente, analisou as fotos do apartamento e as imagens do desfecho do seqüestro.

Fotos da cena do crime pouco depois da tragédia mostram o rastro de sangue das vítimas durante o resgate. A porta do apartamento de Eloá foi arrancada pelos policiais. A mesa da sala que Lindemberg usou como barricada.

“Ele já fez a barricada pensando que o pessoal podia arrombar a porta e entrar”.

André Henriques, experiente fotógrafo policial, acompanhou o seqüestro em Santo André desde o primeiro dia. E, na primeira oportunidade, entrou no apartamento transformado em cativeiro. Tirou fotos da sala, do colchonete onde estava Nayara ferida, e do sofá onde a polícia encontrou Eloá, com um tiro na cabeça.

"Quando eu vi aquela quantidade de sangue, eu já imaginei que a situação era grave”, diz o fotógrafo. "O que mais me chamou a atenção foi o aparador do lado direito da porta que tinha um porta-retrato com foto da Eloá tombado... Era uma foto dela feliz, sorrindo. Passa um filme na sua cabeça. E você vê o local, você tenta entender como é que aconteceu tudo isso. Fica imaginando o que ela passou na mão do Lindemberg, as duas garotas passaram na mão dele ali”.

O perito particular Ricardo Molina analisou as fotos tiradas por André. Molina: A impressão que me da é que essa almofada tá fora da posição. Ela não devia estar na posição. Ela deveria estar no canto do sofá. É uma mancha até com o mesmo formato, no formato alongado, como está na almofada. Fantástico: Então fica claro pro senhor que o sangue escorreu da cabeça para almofada e vazou pro sofá, pro estofado, é isso? Molina: Sim. E transpassa, transfixa a almofada e entra ainda no sofá. Ela deve ter sangrado muito porque há uma quantidade grande de sangue.

Tem duas marcas na parede. Uma mais à esquerda e uma mais à direita. As duas são marcas de tiros?
Molina: A da esquerda é quase certeza que seja de projétil. A polícia militar sustenta que invadiu o apartamento depois de ouvir um tiro.

No sábado, a pedido do Jornal Nacional, o perito Ricardo Molina examinou gravações e identificou três disparos, mas todos depois da explosão da porta e antes de a polícia entrar no apartamento. Neste domingo, o perito analisou novas gravações em áudio e vídeo e descobriu um quarto tiro. Assim como os outros, também disparado depois da explosão da porta.

Molina: É um disparo com características acústicas levemente diferente dos anteriores. Então, nós teríamos três disparos de uma arma de pequeno calibre, compatível com um revólver 32, e um quarto disparo de uma arma de um calibre maior. Porque que a gente sabe que é da PM? Por dois motivos: primeiro, que eu tenho clarão acontecendo nesse momento, que vem da porta de entrada. E tem mais: eu tenho o movimento do atirador. Ele ta mandando uma bala lá pra dentro.

Como a PM disse que foi usada bala de borracha, faz sentido aquela marca na parede então?
Molina: Sim. Nós temos uma fotografia que mostra claramente uma marca negra na parede e uma explicação bastante viável para isso é que seja o resvalar de um projétil de borracha. O perito voltou a analisar as gravações anteriores à explosão da porta do apartamento. E de novo não encontrou nada.

Molina: Não há nenhum tiro um minuto antes da explosão. O que não quer dizer que não tenha havido algum tempo antes... Dois minutos, um minuto e quinze segundos... A gente tem uma gravação que tem 1 minuto e 9 segundos antes da explosão. Os investigadores esperam que Nayara ajude a esclarecer se Lindemberg atirou ou não antes da ação da polícia. Em entrevista por telefone a Fausto Silva, o pai da jovem disse que, por enquanto, Nayara não falou sobre o que houve no momento da invasão. “A gente não conversou com ela a respeito disso ainda. A gente está poupando ela desse tipo de comentário ainda, porque ela ainda está abalada, sob o efeito de anestesia...”, diz Luciano Vieira da Silva, pai de Nayara. Para quem esteve na cena do crime, a tragédia de Santo André deixa outras marcas. “Essa reação de dor, tristeza, você chega lá e vê aquele cena... Sangue, tiros na parede, tudo revirado, você imagina: ‘Não era pra acontecer isso, era pra sair todo mundo bem”, conta o fotógrafo.

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