Silvio de Abreu vai à Toscana, em busca de locações para sua nova novela

Em maio, Silvio de Abreu embarca para a região da Toscana, na Itália, acompanhado da diretora de núcleo da Globo, Denise Saraceni. A dupla tem a missão de escolher as locações que servirão de pano de fundo para as primeiras emoções de sua próxima novela, ainda sem título provisório, que sucederá Viver a Vida, a substituta de Caminho das Índias.

Recheada de suspense, gênero preferido do dramaturgo, e algumas pitadas de comédia, a trama trará Tony Ramos, que atualmente vive o indiano Opash em Caminho das Índias, como seu grande vilão. Mas, ele não será o único a cometer crueldades. Segundo o autor, Tony disputará com Fernanda Montenegro o título de quem é capaz de tranformar a vida dos protagonistas num verdadeiro inferno. Ou, de vez em quando, em purgatório.

Com esses ingredientes explosivos, Silvio planeja tornar sua história em mais um grande sucesso de sua carreira. Mas garante: não está preocupado com os números do Ibope. Seu objetivo é contar uma boa história, que prenda a atenção do grande público. Confira a entrevista:

Silvio, você já pode falar um pouco sobre a trama central da história?

Silvio de Abreu: Ainda é muito cedo para isso. Não gosto de falar com tanta antecedência, porque existe uma grande concorrência no mercado e vivemos em um país nada ético.

Já definiu o título da novela?

SA: Só vou poder revelar o título após a Globo registrá-lo. Hoje em dia, se um título é anunciado com antecedência, alguém o registra antes e vou ter que pagar a esta pessoa ou abrir mão da minha ideia inicial. Está cada vez mais difícil viver no país da impunidade como é o Brasil. Mas, deixa pra lá...

Nos últimos anos, as audiências das novelas despencaram. Qual é a sua expectativa?

SA: Acho errado dizer que a audiência das novelas caiu muito. Em verdade, o que caiu foi a audiência da televisão como um todo. Dizem isso, porque o programa de maior audiência do país continua sendo a novela das nove. Portanto, a minha expectativa é a de sempre: fazer um bom trabalho, que seja interessante e possa agradar o número maior possível de pessoas.

Depois das maldades da personagem Bia Falcão, da novela Belíssima, que caiu no gosto popular, você idealizou alguma vilã ainda mais cruel?

SA: Na verdade, desta vez terei uma dupla fantástica. A trama contará com uma excelente vilã interpretada pela Fernanda Montenegro e também um forte vilão representado pelo Tony Ramos. Vamos ver qual dos dois será o mais poderoso. Ambos terão um perfil ambicioso, amoral, sem escrúpulos, serão sociopatas, egoístas e narcisistas. Vai ser uma briga boa.

A ambiguidade dos seus personagens costuma ajudá-lo a manter o suspense. Essa técnica será usada na história?

SA: Sem dúvida! Adoro personagens ambíguos e, em uma história onde é necessário mesclar emoção e razão, a ambiguidade é uma arma poderosa. O suspense continua sendo meu gênero preferido. Criarei tramas fortes, mas sempre com pitadas de comédia. Tudo isso misturado é que forma meu estilo de fazer novelas e, sem dúvida, vai ser a tônica desta também.

Dizem que você deve gravar a novela em Florença, na Itália, já que sua história seria baseada na Divina Comédia de Dante Alighieri. Isso procede?

SA: Não. Desculpe, mas não posso e não quero adiantar mais nada. Escolhi a região da Toscana, porque a conheço e acho um dos lugares mais bonitos do mundo. Além disso, a história tem muito a ver com aquela paisagem, bonita, bucólica e exuberante.

Comenta-se que, com a concorrência, a teledramaturgia da Globo vem sofrendo para reservar atores. Foi muito difícil escalar o elenco?

SA: De jeito nenhum. Aliás, nunca tive problemas para formar elenco. Não sinto essa falta de atores que os jornais propalam nem uma inclinação dos atores que se interessam em ir para qualquer outra emissora. Como sempre, o meu maior problema com relação ao elenco é que não tenho personagens suficientes para todos os atores com os quais gostaria de trabalhar.

CRÉDITOS.:.O FUXICO