A trama de Íris Abravanel está muito longe do padrão global, mas, até o momento, cumpre seu objetivo principal que é o de retomar a produção nacional de novelas no SBT. Mesmo com índices modestos se comparados com os números das tramas da Globo e Record, “Revelação” conquistou seu público cativo e surpreende em muitas ocasiões. Ao assistir “Revelação” é possível notar pequenas falhas técnicas, algumas interpretações duvidosas e diálogos muito folhetinescos, mas também é possível constatar que algumas coisas funcionam, principalmente com os atores mais experientes.
O maior erro é o fato de “Revelação” estar no ar com todos os capítulos gravados impossibilitando qualquer mudança na história a partir da reação do telespectador. O ator Sérgio Abreu talvez não estivesse pronto para seu primeiro protagonista, uma vez que esse tipo de papel exige uma força nas posturas e, muitas vezes, Lucas Nogueira tem um ar frágil na tela. A edição dos capítulos já está bem melhor e agora o telespectador compreende a trama que aparece na tela com uma narrativa um pouco mais linear.
É nítido que Íris Abravanel tem toda a história de “Revelação” muito bem definida e que justificará seu final. O argumento é funcional, mas, até por falta de experiência dos colaboradores, alguns diálogos deixam a desejar e parecem falsos com frases feitas.
O fato é que “Revelação” funcionou e atende às atuais necessidades do SBT, apesar de toda torcida contrária e de preconceitos.
“Revelação” tem erros, acertos, aprendizados … que muitos aprendam com isso e que não comparem com as novelas da Globo e Record. A primeira é uma grande indústria de dramaturgia e segunda tem um sólido projeto para esta área. O SBT mais uma vez tenta resgatar sua fábrica de novelas.
POR JOSÉ ARMANDO VANNUCCI
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