MARKETING NA TV

O primeiro trimestre de 2009 será decisivo para o projeto da Record de ocupar definitivamente a vice-liderança. A emissora precisa resolver urgentemente algumas pendências internas, substituir executivos e frear um possível ataque da Globo à estrutura eficiente da Barra Funda, uma vez que vários profissionais do vídeo e dos bastidores foram sondados recentemente e receberam boas propostas. Além do dinheiro, a concorrente oferece prestígio, plano de carreira e um pouco menos de trabalho. E posso garantir que no atual momento pelo menos 8 profissionais de importantes cargos do jornalismo e programação estão na mira da Globo e SBT e dificilmente dirão não ao convite. Quem ficar, recebeu algo que empata ou não ouviu proposta nenhuma.
Desde a última segunda-feira, a alta cúpula da Record procura uma “grife” para ocupar um importante cargo executivo. O que vale para esta contratação é um nome capaz de provocar impacto, que gere notícia, mesmo que algum tempo depois se descubra que este profissional era muito mais importante do outro lado do balcão. Infelizmente, a Record ainda trabalha com o peso de alguns nomes (Abril, Folha e Globo, principalmente) e esquece que o fundamental é manter um plano de vôo, investir constantemente na programação e valorizar suas “estrelas”.
Enquanto o foco está em tampar buracos administrativos e evitar uma fuga de talentos, os executivos esquecem de arrumar a programação vespertina que será atacada em breve pelo SBT. A impressão que dá é que o “time” perdeu as forças e jogo está naquele momento sem grandes lances e verdadeiros ataques ao gol, ideal para o contra-ataque do adversário. Os executivos precisam manter sempre o espírito agressivo e competitivo que conseguiu tirar a Record de uma situação muito ruim e coloca-la na briga com o SBT. É preciso investir no real produto da empresa: a programação. O resto vem por conseqüência, mesmo porque muita coisa foi plantada nos últimos anos e bons profissionais que já estão na Barra Funda, Paulista ou Rio de Janeiro podem organizar a colheita sem a grande “grife” para o marketing.

por José Armando Vannucci