domingo, 15 de fevereiro de 2009

NOVELAS EM FOCO

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O ASTRO: UM SUCESSO POPULAR

Globo - 20h

de 6 de dezembro de 1977 a 8 de julho de 1978

186 capítulos

novela de Janete Clair

direção de Daniel Filho e Gonzaga Blota

direção geral de Daniel Filho

6 de dezembro de 1977 estréia um dos maiores sucessos da história da teledramaturgia. O Astro consagrou Janete Clair como a Usineira de Sonhos.

A inescrupulosa escalada social de Herculano Quintanilha, de vidente numa churrascaria à alta direção de um forte grupo empresarial.

Herculano e seu parceiro Neco aplicam um golpe na paróquia de uma cidadezinha do interior e são descobertos. Neco foge com o dinheiro e Herculano, traído, é pego pelas autoridades. Encobertado pelo vigário, Herculano escapa deixando para trás a mulher, Doralice, e o filho pequeno, Alan. Anos mais tarde, Herculano Quintanilha, agora vidente, reencontra Neco na churrascaria onde se apresenta, e passa a persegui-lo.

Do outro lado da história está o clã dos Hayala. O poderoso empresário Salomão Hayala tem como sócios em seus negócios os irmãos Samir, Youssef e Amin, e o amigo Mello Assunção. Casado com a fútil Clô, Salomão deseja que o filho, Márcio, assuma seu lugar nos negócios da família. Mas o jovem idealista é alheio à fortuna e ao poder, só lhe interessando a fé em São Francisco de Assis.

Abandonando a casa do pai, Márcio conhece Herculano e influenciado por ele, resolve assumir sua condição de herdeiro do império Hayala. Mas Márcio leva o amigo consigo para a diretoria das empresas, e é no ambiente dos Hayala que Herculano conhece Amanda, filha de Mello Assunção e com o casamento em crise com Samir Hayala. A paixão entre os dois culmina com o fim da relação de Samir e Amanda e aumenta o ódio dos Hayala pela influência de Herculano na família.

Márcio, por sua vez, em contato com o universo do amigo vidente, conhece e se apaixona pela jovem Lili, cunhada de Neco, uma moça simples e batalhadora que sofre com o marido malandro, Natalício. Os desencontros entre Márcio e Lili são fortalecidos pela família do rapaz, que não aceita Lili e vê na jovem Jôse, irmã de Amanda, completamente apaixonada por Márcio, uma nova maneira de selar a união entre as famílias Hayala e Mello Assunção.

Mas dois fatos desencadeiam uma série de conflitos na vida dos personagens. A morte de Jôse, vítima de uma doença crônica, que deixa o caminho livre para Márcio e Lili. E o misterioso assassinato de Salomão Hayala. Enquanto avançam as investigações acerca do crime, Samir e Herculano, agora casado com Amanda e acionista das empresas Hayala, travam uma batalha para garantir o comando dos negócios.

Acusado de fraudar a empresa, Herculano foge abandonando a mulher Amanda, e refugia-se num pais ditatorial da Amércia Latina, servindo ao presidente desse país como guru e conselheiro. No Brasil, a polícia chega ao assassino de Salomão Hayala: era Felipe Cerqueira, o jovem amante de Clô, um toxicômano que fora humilhado por Salomão e tinha como cúmplice o amigo cabelereiro Henri.

O Astro foi um grande sucesso popular. O país viveu uma espécie de "comoção coletiva" e parou, literalmente, para assistir ao último capítulo, onde se revelava o assassino de Salomão Hayala, uma indagação que permaneceu 5 meses na cabeça dos telespectadores. O personagem de Dionísio Azevedo saiu de cena no capítulo 42, exibido em 23/01/1978.

O Astro obteve índices de audiência superiores aos das transmissões dos jogos da seleção brasileira na Copa da Argentina em 1978 - 80% em média.

Na época em que O Astro foi ao ar, foi assinada a lei que regulamentava a profissão de ator no Brasil. A classe artística foi à Brasília, entre, eles, Daniel Filho, que foi recebido pelo então presidente Ernesto Geisel. O presidente perguntou à Daniel: "Diga uma coisa, quem matou Salomão Hayala?". Ele respondeu: "Isso é segredo de Estado, e disso sei que vocês entendem!".

Janete Clair costumava dizer que quando faltava inspiração, lia jornais. E foi em notícias de jornal que ela construiu seu crime de ficção. Quando O Astro estava para acabar, a imprensa carioca registrava o assassinato da jovem Cláudia Lessin Rodrigues. Os acusados do crime eram um rapaz viciado em cocaína e seu amigo, um cabelereiro. Na novela os assassinos foram Felipe Cerqueira, um toxicômano mau-caráter, e Henri, seu amigo cabelereiro, o cúmplice. Felipe matou Salomão com uma coronhada de revólver na cabeça, durante o capítulo 42.

O último capítulo de O Astro foi manchete de primeira página de jornal. Três dias antes do final da novela, o Jornal do Brasil deu o furo: "o assassino é Felipe", apesar de terem sido gravados 5 finais diferentes para enganar a imprensa. A escolha do amante da mulher da vítima para ser o assassino decepcionou o público pela obviedade: Felipe sempre fora o principal suspeito.

Francisco Cuoco esteve perfeito na pele de Herculano Quintanilha, de vidente de churrascaria à figura importante num governo ditatorial da América Latina.

Destaque também para Tony Ramos, que interpretou Márcio Hayala, um jovem que renega a fortuna do pai, seguindo o exemplo de São Francisco de Assis. A cena em que ele se despe, joga as roupas no pai, Salomão, e sai à rua nú, é uma das mais marcantes da novela - exibida no capítulo 9, levado ao ar em 15 de dezembro de 1977.

Para a caracterização do vidente Herculano Quintanilha, o ator Francisco Cuoco usava turbante e roupas coloridas. A idéia do turbante surgiu durante as gravações do primeiro capítulo, quando o diretor Daniel Filho achou que faltava algum detalhe para compor o visual do personagem. Pediu então que se cortasse um pedaço da calça de um figurante. Com um alfinete improvisou-se o adereço que viria caracterizar a imagem do protagonista.

A atriz Tereza Rachel (que vivia Clô Hayala, uma das protagonistas) sofreu um grave acidente de carro em junho de 1978, quando a novela estava em sua reta final. O Passat da atriz chocou-se contra a lateral de outro carro, capotou quatro vezes e transformou-se num monte de ferragens. Mas Tereza, surpreendentemente, fraturou apenas o tornozelo e ficou com escoriações generalizadas, retornando às gravações dias depois.

O Astro deu continuidade a uma linha de trabalho mais realista desenvolvida por Janete Clair e Daniel Filho a partir de Pecado Capital - com o diferencial de ter alcançado um sucesso fenomenal que a própria autora não iria mais reeditar nos cinco anos que ainda lhe restariam de vida.

ABERTURA DE O ASTRO

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