quinta-feira, 30 de outubro de 2008

DICAS DE LEITURA: O Caçador de Pipas


O Caçador de Pipas
Khaled Hosseini

Uma amizade e um drama no Afeganistão

Uma amizade frágil entre dois jovens afegãos, repleta de altos e baixos, é como o movimento das pipas no ar. Uma amizade que se torna tão dramática quanto o Afeganistão, palco da história que se inicia na década de 70, durante a monarquia daquele país, passa pela invasão soviética nos anos seguintes e termina no terror do regime Talibã. Amir é um jovem privilegiado: pertence à etnia dominante do país (pashtu), freqüenta a escola, mora em uma bela casa e seu pai é um rico homem de negócios e figura conhecida de Cabul. É órfão de mãe e um jovem relativamente frágil. Hassan é o oposto, talvez até um outro eu de Amir. A única semelhança com o amigo é a ausência da presença materna em sua vida. É analfabeto e, assim como o seu pai, é serviçal na casa de Amir. Faz parte da minoria hazara, etnia menos abastada, geralmente discriminada e odiada no Afeganistão. Hassan é corajoso, companheiro e protetor do solitário Amir, que luta pela atenção do pai. Há um laço de amizade não apenas entre os garotos, mas também entre seus pais. O pai de Amir trata todos como sendo da mesma família. Hassan é eternamente fiel ao amigo, sentimento que em alguns momentos faz despertar revolta em Amir. Dentre várias brincadeiras e idas ao cinema com direito à coca-cola quente, o maior passatempo dos dois é a leitura. Amir fascina Hassan ao ler contos populares para o amigo analfabeto. A ingenuidade de Hassan e o seu analfabetismo irritam Amir, às vezes. Um dia, Amir descobre uma forma de caçoar o amigo. Decide deixar de ler uma história e começa a inventar um novo final para a mesma, com as palavras que viessem de sua mente. Hassan não nota a diferença, como havia previsto Amir, e aprova a história inventada pelo amigo. Isso definiria a vida de Amir.


As pipas são o passatempo de inverno predileto dos jovens. Anualmente, um campeonato de pipas agita Cabul. Amir sonha em ganhar o campeonato para provar seu valor ao pai. Antes da competição, Amir parece desistir. Porém, mais uma vez, Hassan está ao seu lado e o ajuda a vencer o medo. Após a competição, acontece algo que muda a vida de Amir. Hassan é brutalmente violentado por três jovens. Amir presencia tudo, mas nada faz para ajudar o amigo. Decide não contar aquilo para ninguém. Mesmo após migrar com o pai para os Estados Unidos, durante a invasão soviética, o fantasma daquele dia ainda o atormenta. Amir se torna escritor, vive um feliz casamento, mas não consegue esquecer sua falha com Hassan. Um dia, ele recebe um telefonema de um amigo que morava no Paquistão e finalmente tem a chance de reparar o erro do passado. Amir volta a sua terra natal e enfrenta uma realidade cruel.
Aclamado pela crítica internacional, O Caçador de Pipas já vendeu mais de dois milhões de exemplares só nos Estados Unidos. Em tempos onde o nome Afeganistão é freqüentemente associado ao terrorismo e a figuras como Osama bin Laden, o livro de Khaled Hosseini talvez nos ajude a vencer preconceitos. O caçador de Pipas nos mostra que mesmo no terror ainda há espaço para o humano, a amizade e o amor. Além da história em si, o livro nos brinda com uma cultura totalmente desconhecida para o mundo ocidental e mostra que não há fronteiras para o drama humano.

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