sábado, 15 de janeiro de 2011

Último capítulo de ‘Passione’ se rendeu ao clichê, mas sem perder a coerência

Já virou clichê vilã não ser punida em último capítulo de novela. Virou clichê também o assassino ser o personagem mais óbvio. No fim de “Passione” não foi diferente. Clara (Mariana Ximenes) matou Saulo (Werner Shunemann) e teve um final feliz. Mas o que poderia ser um problema, virou mérito. Em vez de recorrer a desfechos mirabolantes, o autor Silvio de Abreu recorreu ao lugar comum, mas sem perder a coerência. O último bloco da trama foi memorável. E ficou tudo explicadinho, sem furos. A cena da morte do empresário no motel foi palco do que quem acompanhou a novela já sabia: o talento de Mariana Ximenes. Sexy, malvada, vingativa e com motivo para cometer o crime. Esconder a faca no travesseiro e pedir para a vítima pular em cima foi uma das boas sacadas da sequência.

O restante do capítulo não poderia ser mais típico. O desfecho apressado dos personagens e cenas descartáveis, como a corrida de Gerson (Marcello Antony) e sua vitória. Os finais de alguns coadjuvantes são os que merecem ser lembrados. Jackie (Alexandra Richter) andando de conversível, atrás de garotões, à la Stela (Maitê Proença), foi à altura do talento da atriz durante esses oito meses de novela. Já as primeiras cenas do capítulos foram arrastadas, com direito a flashbacks e a conversa mole entre Totó (Tony Ramos) e Juliana (Patrícia Pillar), seu novo e instantâneo amor.

No fim do segundo bloco, Silvio de Abreu mostrou inspiração, surpreendendo o público com Danilo (Cauã Reymond) matando o pai, mas tudo não passava de uma alucinação. E, para não acreditarem que o crime compensa, Fred (Reynaldo Gianecchini) acabou atrás das grades por um crime que nem cometeu. A Justiça falha, mas não tarda.

Silvio de Abreu quer ser Hitchcock, mas não escreve novelas com 90 minutos de duração. Nos oito meses em que “Passione” ficou no ar, a trama de suspense dividiu a atenção com o telefone que toca, a panela que ferve ou o filho que chora. O risco de fazer uma novela de suspense é impressionar o público apenas no primeiro e no último capítulo. O autor cometeu esse pecado. Os outros capítulos não esclareceram em nada os mistérios. Silvio se redime pela sua história na TV e pelo último bloco de “Passione”. Mas, sem conservadorismo, suspense em novela deveria ser de um dia para o outro. BOM.

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